Imagem ilustrativa da imagem Cambé registra uma morte por dengue
| Foto: Divulgação/ Sesa
Regionais e secretarias municipais de saúde têm realizado mutirões de limpeza para combater o Aedes aegypti
Regionais e secretarias municipais de saúde têm realizado mutirões de limpeza para combater o Aedes aegypti | Foto: Divulgação - AEN

A Sesa (Secretaria da Saúde do Paraná) divulgou nesta terça-feira (20) o boletim quinzenal da dengue. São 848 casos da doença, ou seja 107 casos a mais que o informe anterior, neste ciclo epidemiológico que teve início em agosto. Dos cinco municípios que apresentam a forma grave da doença (com sintomas mais sérios) neste boletim, três ficam na Região Metropolitana de Londrina: Assaí, Cambé e Jataizinho, todos com um caso. Os outros municípios são Foz do Iguaçu (Oeste), com cinco casos, e Marmeleiro (Sudoeste), com um caso.

Regionais e secretarias municipais de saúde têm realizado mutirões de limpeza para combater o Aedes aegypti
Regionais e secretarias municipais de saúde têm realizado mutirões de limpeza para combater o Aedes aegypti | Foto: Divulgação - AEN

O informe também confirma um óbito por dengue em Cambé. Trata-se de um homem de 69 anos, portador de diabetes e hipertensão arterial. É a quarta morte confirmada pela Sesa neste ciclo - os anteriores foram em Assaí (dois casos) e Apucarana (um).

Em Cambé até agora são 375 notificações, dos quais 109 casos foram confirmados e 256 foram descartados. Ainda há nove ocorrências em investigação. Questionada sobre a situação do município, a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Bárbara Radigonda, se limitou a dizer que o cenário epidemiológico do município é divulgado por meio de boletins da secretaria de Saúde do Estado. "O boletim municipal para publicação está em fase de desenvolvimento.", respondeu a coordenadora. Ela disse ainda que Saúde não divulga bairros onde houve notificação de casos por "questões de sigilo".

Em Assaí foram 30 notificações e duas confirmações da doença que resultaram em óbitos. Um caso foi de DG (dengue grave) e um caso de DSA (dengue com sinais de alarme). Dois casos foram descartados e outros 26 permanecem em investigação. Em Jataizinho foram 30 notificações e dois casos confirmados da doença. Ainda não houve morte. Há 26 casos em investigação no município.

MUTIRÕES DE LIMPEZA

De acordo com a Sesa, em parceria com as Regionais de Saúde e secretarias municipais de Saúde a Defesa Civil do Paraná vem realizando mutirões de limpeza em vários municípios, principalmente nos que apresentam maior número de casos. No último fim de semana as ações aconteceram em Cambé e Londrina.

“Mas, este enfrentamento não depende apenas dos órgãos governamentais, por isso reiteramos que a participação da população é fundamental para a eliminação dos criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya: a melhor forma de combate é com a remoção de recipientes que possam acumular água nos ambientes internos e externos dos domicílios”, afirmou o secretário estadual de Saúde, Beto Preto.

De acordo com último boletim, o Paraná tem 6.490 notificações para a dengue que ocorreram em 277 municípios. Neste momento, os casos confirmados de dengue atingem em 126 municípios; em 111 os casos são autóctones, ou seja, a infecção pelo vírus da dengue ocorreu na cidade de residência.

EM LONDRINA

Em Londrina, os últimos números divulgados apontavam 48.979 notificações da doença, e dentre estas, 24.109 foram confirmadas. Foram descartados 5.930 casos, e até então 18.940 notificações aguardavam o resultado de exames laboratoriais. Até o início do mês são 41 mortes. “Nós divulgamos esses dados de 15 em 15 dias. É diferente do divulgado pela Sesa. Lá eles começam em agosto e vai até julho. A nossa contagem começa em janeiro”, observou a diretora de Vigilância em Saúde de Londrina, Sônia Fernandes;

Fernandes informou que as ações contra a dengue são constantes na cidade e que "quase todo sábado fazemos o que chamamos de ação de resgate, ou seja, conseguir entrar nos imóveis que ficaram fechados durante a semana porque as pessoas trabalham. É um procedimento padrão nosso”, apontou.

PANDEMIA

Sobre o fato de aparecerem casos de dengue em meio à pandemia de Covid-19, ela reforça que é um complicador. "A epidemia de dengue no primeiro semestre foi encerrada pela pandemia da Covid-19, o que não é normal acontecer. O normal é ela se reduzir paulatinamente. O novo coronavírus é mais um agente complicador na hora de fazer o diagnóstico e o acompanhamento. Londrina já vem trabalhando em um acompanhamento conjunto, com a adoção de teste rápido para enfrentar esta situação de duas doenças correndo juntas. Se o médico está indeciso se é Covid-19 ou dengue que faça o acompanhamento das duas doenças. É algo que temos que fazer na dinâmica do atendimento que é importante neste momento."

Com relação à aplicação de fumacê, Fernandes explica que não deve ser considerado como primeira alternativa. "O caminhão aplica um produto tóxico, que causa mal ao meio ambiente e às pessoas que possuem alergia respiratória. O combate contra o Aedes aegypti não pode estar baseado no uso de inseticida. Ele não é especifico para o Aedes, pois mata abelha, borboleta e outros insetos que fazem parte da fauna. Temos que sempre buscar evitar que o mosquito nasça. Cada vez que passo inseticida eu não mato todos. Ele atinge apenas de 35% a 40% dos alados e fica um percentual e com isso os mosquitos vão adquirindo resistência. As pessoas não devem deixar o Aedes aegypti se criar, eliminando locais com água parada", alertou Fernandes.