Imagem ilustrativa da imagem Cambé enfrenta problemas com fios soltos em vias públicas
| Foto: Micaela Orikasa/Grupo Folha

Um problema que Cambé (Região Metropolitana de Londrina) vem enfrentando cada vez mais é o excesso de cabos soltos dos postes de energia elétrica. Nas principais avenidas da cidade é possível encontrar vários fios inservíveis pendurados ou amarrados ao pé dos postes. Como na avenida Inglaterra, na região central, onde Luciana Lizotti é comerciante. Ao lado de seu estabelecimento, os fios soltos oferecem perigo aos pedestres. “Tratando-se de fiação, a gente sempre pensa no risco de choque, mas até onde eu sei a maioria desses fios é de telefonia e internet”, diz.

De acordo com o secretário municipal de Obras, Manoel Cicero dos Santos, a prefeitura tem recebido uma média de 20 reclamações a cada semana, em relação aos cabos soltos. Ele diz que esse problema já vem chamando a atenção do poder público há alguns anos, mas que está se agravando nos últimos meses.

RECOLHIMENTO

No ano passado, uma ação entre a Prefeitura e a Copel resultou no recolhimento de 1,5 tonelada de cabos nas avenidas Inglaterra e Belo Horizonte e na rua França. A estimativa, segundo Santos, é de que o volume de fios inservíveis esteja próximo de 10 toneladas por toda a cidade. “Temos residência hoje com cinco a seis cabos inativos ancorados na rede da Copel. A maioria (78%) dos fios, que não são de fibra ótica, foi instalada por operadoras de telefonia e internet”, afirma.

Imagem ilustrativa da imagem Cambé enfrenta problemas com fios soltos em vias públicas
| Foto: Divulgação/Prefeitura de Cambé

A secretária de Assuntos Jurídicos de Cambé, Roberta Silveira Queiroz, esclarece que a infraestrutura de posteamento é de responsabilidade das empresas concessionárias de energia elétrica, mas explica que elas têm a obrigatoriedade de compartilhamento com empresas de telefonia, TV a cabo, internet. “Aí entram as questões de portabilidade. A cada nova ligação, os cabos que não têm mais utilidade não estão sendo retirados por essas operadoras”, diz.

QUEDA DE POSTES

Além da poluição visual, os cabos soltos trazem riscos à população. "Quando o fio está caído, os motoqueiros podem se enrolar e cair. O que acontece também é de o fio inativo ficar mais baixo e um caminhão passar e levar todos esses cabos juntos, causando até mesmo a queda de postes e o risco de choque elétrico, porque ele pode se enroscar em um fio condutor de energia elétrica”, detalha Santos.

A grande questão, segundo ele, é a falta de identificação dos cabos. Apesar de a legislação prever a responsabilização das empresas a respeito da destinação desses resíduos, o poder municipal não tem como cobrar o recolhimento dos materiais por não saber de qual empresa determinado cabo pertence. Atualmente, são mais de 20 empresas prestadoras desses tipos de serviço em Cambé, sendo sete de grande porte.

Imagem ilustrativa da imagem Cambé enfrenta problemas com fios soltos em vias públicas
| Foto: Micaela Orikasa/Grupo Folha

REGULAMENTAÇÃO

Em busca de soluções, as secretarias de Obras e de Assuntos Jurídicos se reuniram no início deste mês com uma equipe da Copel. “Nosso objetivo é fazer um levantamento, identificar as empresas com maior utilização dos postes dos municípios e iniciar um diálogo com cada uma delas. Nossa intenção é internalizar a responsabilidade pela retirada e destinação desse material, tornando isso uma prática interna das empresas”, explica a secretária de Assuntos Jurídicos de Cambé, Roberta Silveira Queiroz.

De acordo com ela, o município tem uma pré-minuta de um projeto de lei para regulamentação de uma ação de comando e controle em face das empresas. “A ideia é aprimorá-la, trazendo uma atualização para buscar mecanismos mais efetivos de repressão e prevenção desses cabeamentos inservíveis. Embora esse objetivo da regulamentação seja no âmbito municipal, já é de responsabilidade das empresas, a destinação desses resíduos. A Copel tem por obrigatoriedade esse compartilhamento dessa estrutura, mas não tem poder de polícia administrativa”, afirma.

A expectativa da Prefeitura de Cambé é dar início aos diálogos com as operadoras de telefonia e internet nos próximos 30 dias. “A primeira medida a ser tomada é a obrigatoriedade de uma identificação dos fios e cabos a cada 50 metros. Isso permite uma maior eficiência na resolução do problema”, completa o secretário municipal de Obras, Manoel Cicero dos Santos. Ainda de acordo com ele, caso a empresa seja notificada e não resolva o problema, ela será multada pelo município.

A intenção é de que as empresas retirem a maior parte da fiação inativa, façam a marcação dos fios ativos e que as novas linhas já venham com a identificação da empresa. Como esses cabos não têm valor no mercado, as empresas também deverão destinar de forma adequada esse material e apresentar um relatório ao município.

Imagem ilustrativa da imagem Cambé enfrenta problemas com fios soltos em vias públicas
| Foto: Micaela Orikasa/Grupo Folha

O QUE FAZER

Se algum morador ou comerciante estiver com problemas com a fiação, em via pública, deve comunicar a situação ao setor de Iluminação Pública de Cambé, através do 0800 40 00 116, ou na Copel 0800 51 00 116. A orientação é que ninguém mexa nos cabos. “Quando for detectada uma situação de risco iminente, as equipes da Prefeitura ou Copel irão até o local para fazer o recolhimento.

Receba nossas notícias direto no seu celular! Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1.