CAC que vendia armas para crime organizado é preso em Londrina
Operação da Polícia Civil cumpriu outros 12 mandados de busca e apreensão e deteve mais quatro pessoas no Paraná e em Santa Catarina
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quarta-feira, 12 de junho de 2024
Operação da Polícia Civil cumpriu outros 12 mandados de busca e apreensão e deteve mais quatro pessoas no Paraná e em Santa Catarina
Pedro Marconi
A Polícia Civil do Paraná prendeu nesta quarta-feira (12) um CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador) londrinense que estaria fornecendo armamento para o crime organizado. Além dele, foram detidas outras quatro pessoas: uma com mandado e três em flagrante, sendo duas em Santa Catarina. Ao todo, três atiradores acabaram detidos. Também foram realizadas 12 buscas e apreensões em 22 endereços em Londrina (16), Alvorada do Sul (1), Sarandi (1), Rio do Sul (2) e Ituporanga (2), em Santa Catarina.
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A investigação começou em junho do ano passado, quando um atirador esportivo comunicou falsamente o roubo de duas armas, inclusive, um fuzil. “Um denunciante anônimo informou que o atirador teria vendido dois equipamentos para o crime organizado. Posteriormente, junto com a inteligência do Exército, obtivemos o mesmo relato. No entanto, o investigado acionou a Polícia Militar noticiando o roubo. Mesmo na delegacia ele manteve a história do suposto roubo”, detalhou o delegado da 10ª Subdivisão Policial, Rafael Souza Pinto.
De acordo com o delegado, no dia não havia elementos para detenção em flagrante do homem, no entanto, a apuração conseguiu avançar. “Foi solicitada busca e apreensão e, poucas horas depois foram apreendidas 19 armas de fogo registradas no nome dele, além de munição, carregadores e acessórios. Posteriormente, as investigações foram se desenvolvendo e foi apurado que esse mesmo investigado realmente vendeu as armas para um conhecido integrante de organização criminosa.”
Os investigadores ainda descobriram que o CAC estaria envolvido em extorsões e chantagem. “Também foi apurado que um associado do nosso investigado trazia insumos de recarga de munição do Paraguai. Utilizando-se desses insumos contrabandeados, bem como comprando legalmente, ele distribuía munição recarregada para o crime organizado”, citou.
GRANADA RECOLHIDA
Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão foi recolhido um arsenal, com várias armas de fogo, munições, granada química e rolo de cordel explosivo. “Apesar de não ser a regra para os atiradores esportivos brasileiros, infelizmente estes se utilizavam dessa condição para poder fazer um desvio de finalidade. Ao invés do armamento, da munição, dos insumos serem utilizados para o tiro desportivos, foram repassados para o crime”, advertiu.
RISCO À SOCIEDADE
Uma das armas vendidas a criminosos e munições teriam sido usadas num homicídio em Cambé (Região Metropolitana de Londrina). “Não sabemos quantos crimes seriam cometidos com essas armas desviadas. São armas que chegam à mão do cidadão de forma legal. Neste caso específico, por pessoas que tinham o registo de CAC, mas que acabavam colocando as armas e munições nas mãos de pessoas relacionadas ao crime. São armas como essas que certamente seriam usadas em roubos”, advertiu Fernando Amarantino Ribeiro, delegado-chefe da 10ª Subdivisão Policial.
Mais de 100 policiais, do Paraná e de Santa Catarina, participação da operação, que ainda contou com o apoio do Exército e o Tigre (Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial).
Atualizada às 12h54