É o vereador quem aprova projetos de lei de iniciativa do Executivo, além do Plano Plurianual, da Lei de Diretrizes Orçamentárias e da Lei Orçamentária anual. Ou seja, a governabilidade de um prefeito depende do voto dos vereadores. Mas, mais do que a viabilidade ou não do projeto e sua relevância à comunidade, nesse momento o que entra em jogo são os interesses político-partidários.
''O Brasil vive um presidencialismo de coalisão, em que o presidente exerce seu mandato sustentado no parlamento por uma coalisão de diversos partidos políticos. O chefe do Executivo negocia para ter do seu lado a maioria do Parlamento, através de alianças. Isso acontece também em nível estadual e municipal, onde também se compõe a bancada sem que haja enfrentamento'', analisa o professor de Direito Constitucional Zulmar Fachin. Ele observa que, uma vez eleitos, boa parte dos palamentares deixa de ser oposição. ''Tudo se resolve através de trocas, legítimas ou não, para conseguir o apoio necessário'', comenta, acrescentando que, embora o pluripartidarismo seja melhor que o bipartidarismo e infinitamente melhor que o monopartidarismo, nele esses arranjos têm o espaço propício.
Outro fator que contribui para um enfraquecimento da oposição é o fato de os candidatos muitas vezes não escolherem seu partido a partir da perspectiva ideológica, como acontece nos países europeus. ''Não há clareza, não se sabe que segmentos se fazem representar por cada partido. Isso se reflete também nos municípios.'' (A.I.)