“Bota Fora”: programa vai recolher materiais inservíveis das residências
Serviço contratado pela CMTU tem como objetivo acabar com os descartes irregulares; mutirões ocorrerão a cada 15 dias em diferentes bairros
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quinta-feira, 16 de maio de 2019
Serviço contratado pela CMTU tem como objetivo acabar com os descartes irregulares; mutirões ocorrerão a cada 15 dias em diferentes bairros
Micaela Orikasa - Grupo Folha
Os moradores da Vila Casoni, nas proximidades da Avenida Brasília, na região central de Londrina, tiveram uma boa surpresa na manhã de quinta-feira (16), com o início do programa “Bota Fora" da prefeitura municipal, que consiste em mutirões de limpeza para recolhimento de lixo nas vias públicas e de materiais inservíveis nas residências.
O contrato para a execução do serviço foi assinado na quinta, entre a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) e a empresa BioVetor, de Santa Catarina. Foram contratados 33 funcionários além do maquinário - nove caminhões basculantes com capacidade para 10 metros cúbicos, pá-carregadeira, bob cat, triturador de galhos e um soprador de folhas.
Na Vila Casoni fica um dos 150 pontos de descarte irregular em Londrina e que há anos incomoda a população. “Atrai rato, barata e pernilongo. As pessoas jogam de tudo aí”, reclama a dona de casa Maria Ilda Saraiva, apontando uma praça que fica em frente a sua casa, na rua Alexandre Albertoni. Ao saber do programa, comemorou: “é uma ótima ideia. Essa rua já está ficando com outra cara”.
Além da Vila Casoni, o trabalho está acontecendo nesta semana na rua Francisco de Assis Ruiz, próximo ao Colégio Estadual Ubedulha Correia de Oliveira, na região norte. “O programa quer trazer a conscientização das famílias para que não tenhamos mais logradouros públicos com lixo”, comenta o presidente da CMTU, Marcelo Cortez. O “Bota Fora” acontecerá a cada 15 dias e o cronograma será divulgado com antecedência pelos bairros.
“Vamos fazer uma divulgação ampla antes da ação em cada região e vamos recolher todo o entulho do bairro. As pessoas podem colocar o que não utilizam mais em frente das casas. Pode ser qualquer tipo de material, desde restos de entulho até linha branca, como geladeira, fogão”, diz.
Todo o material recolhido terá uma destinação correta, segundo Cortez. Ele diz que galhos, troncos e folhas que passam pela trituradora poderão servir como adubo orgânico na Fazenda Refúgio (região sul). Já a linha branca, como geladeiras, fogões e máquinas de lavar, poderão ser destinadas a cooperativas, projetos que possam fazer uso do material ou ser reencaminhadas aos fabricantes, distribuidores e comerciantes através da logística reversa.
Ainda de acordo com ele, o maior volume são os resíduos de construção. Para esse problema, ele cita como destino o aterro do Limoeiro (zona leste). “Existe a previsão de contratação de um maquinário capaz de transformar esses resíduos em pedras. O edital de licitação deverá ser publicado ainda neste mês”, afirma.
O contrato com a empresa responsável pelo “Bota Fora” tem vigência de um ano, podendo ser prorrogado por mais quatro anos. Segundo Cortez, o valor do contrato é de aproximadamente R$ 260 mil/mês.
PEV
De acordo com Cortez, o programa é um incremento às demais ações de limpeza dos espaços públicos e aos PEV (Pontos de Entrega Voluntária). Atualmente, são dois pontos em funcionamento na cidade – jardim Nova Conquista (zona leste) e residencial Vista Bela (zona norte) - devidamente licenciados e autorizados por órgãos ambientais.
“Estão programados dois novos pontos porque queremos ampliar esse serviço. Já temos as aprovações ambientais e estamos na parte licitatória para fazer o cercamento”, afirma, sem citar prazos. Os novos espaços funcionarão na região norte, nos jardins Barcelona e Moema.
Dois dois problemas que vinha acontecendo com frequência nos PEVs e incomodando a vizinhança no entorno eram os incêndios e presença de vândalos e usuários de drogas. Sobre isso, Cortez destacou o monitoramento 24 horas por meio de vigias, iniciado recentemente nos dois locais. A licitação para contratar o serviço foi lançada em fevereiro, tipo menor preço, e acabou sendo republicada no início de março, com teto máximo de R$ 659 mil/ano.
Os PEVs surgiram em Londrina entre 2015 e 2016, com o objetivo de normatizar e regularizar o despejo de entulhos de até 1 metro cúbico por usuário, o que equivale a aproximadamente oito carriolas usadas na construção civil. Em 2018, a média mensal de recolhimento de entulhos foi de 1.944 caminhões no PEV do Nova Conquista e 306 no do Vista Bela.