Bibliotecas fecham para balanço

Maria Nairde e a neta são frequentadoras da Biblioteca da Vila Nova: mais opções de livros

Três das sete bibliotecas municipais de Londrina vão entrar em recesso a partir de janeiro para ampliação do acervo. O CEU (Biblioteca Centro de Artes e Esportes Unificados), no jardim Santa Rita 1 (zona oeste), a Biblioteca Municipal Eugênia Monfranati, no parque Ouro Branco (zona sul), e a Biblioteca da Vila Nova, na Vila Recreio (centro), encerraram as atividades na última semana e só retomam os atendimentos em 1º de fevereiro. Nesse período, os funcionários irão selecionar novos títulos, organizá-los e inseri-los no sistema para que estejam disponíveis para consultas e empréstimos. Neste mês também estará fechado o Museu de Arte e, consequentemente, a biblioteca que funciona dentro do espaço.
Segundo a diretora de Bibliotecas da Secretaria Municipal de Cultura, Leda Maria Araújo, o recesso é necessário para que as bibliotecárias tenham tempo de fazer o processamento físico e técnico do acervo. "Elas vão selecionar o acervo de mais áreas do conhecimento, processar e indexar na base para que esses livros possam ser disponibilizados ao público. Durante o período de funcionamento das bibliotecas, no dia a dia, as bibliotecárias não têm tempo de fazer esse trabalho", disse. O CEU encerrou as atividades de 2017 na quarta-feira (27) e as bibliotecas do parque Ouro Branco e da Vila Recreio funcionaram até sexta-feira (29).
A ampliação do acervo será possível em razão da reserva técnica da Biblioteca Pública Municipal. "Nossa sociedade está evoluindo a cada dia e, para atender a demanda de jovens, temos que atualizar e rever constantemente o nosso acervo", disse Araújo. "Temos uma sala cheia de livros na Biblioteca Pública Municipal. Essa reserva técnica foi formada ao longo dos anos, é bem rica e vai aumentando a cada ano. Temos títulos repetidos, doações do Promic (Programa Municipal de Incentivo à Cultura) e da Biblioteca Pública do Paraná."

Recesso é necessário para que as bibliotecárias tenham tempo de fazer o processamento físico e técnico do acervo | Foto: Fotos: Saulo Ohara

A diretora garante que o recesso não irá afetar o atendimento ao público, já que durante as férias escolares o movimento nesses espaços diminui. "A nossa população não tem a cultura de ir a bibliotecas e, nas férias, muitos viajam e a procura pelos nossos serviços sempre cai", destacou Araújo.
A dona de casa Maria Nairde mora na Vila Nova e com frequência acompanha as netas de 8 e 13 anos de idade à biblioteca do bairro. "Elas não são daquele tipo que não desgruda dos livros, mas gostam muito de ler. A mãe delas também é assim e a escola incentiva bastante a leitura. As duas sempre estão aqui pegando livros emprestados. Acho muito bom que vão aumentar o número de livros para ter mais opções para o pessoal que frequenta essa biblioteca", comentou.
Leda Araújo faz um apelo à comunidade para que frequente mais as bibliotecas públicas. "Nosso objetivo é ir de encontro à comunidade e trazer a comunidade para dentro do espaço. De nada adianta as bibliotecas estarem abertas se ninguém usufruir."

Biblioteca emprestou apenas um livro por dia em 2017

De janeiro a novembro de 2017, as sete bibliotecas públicas do município atraíram um público de 105.187 pessoas. Desse total, 86.645 usuários passaram pela Biblioteca Pública Municipal. A segunda unidade mais visitada foi a Biblioteca Infantil, também no centro, por onde passaram 8.153 crianças neste ano. As bibliotecas de bairro ainda são pouco frequentadas e, especialmente na unidade do parque Ouro Branco, inaugurada em abril passado, o acervo ainda é restrito, com apenas 1.549 títulos. "A coleção deve ir aumentando ao longo de 2018, mas tivemos poucos empréstimos neste ano, de 365 livros – um por ano. Como a região não tem outra biblioteca, era para todo mundo ir lá, mas não tem sido assim", lamentou a diretora de Bibliotecas da Secretaria Municipal de Cultura, Leda Maria Araújo.Desde o início das atividades, 2.097 leitores passaram pelo espaço.

Para atrair novos leitores e aumentar o número de usuários, Araújo aposta na oferta de cursos, palestras, oficinas e na fruição cultural. "Acredito que a biblioteca pública não tem função apenas de custódia do livro, mas de mediar e disseminar informação utilitária", disse. Nesse sentido, ressaltou a diretora, são organizadas oficinas, contação de histórias, bate-papo com leitores, lançamentos de livros, exposições e outras ações que contribuem para o fomento da cultura no município. As atividades são desenvolvidas em parceria com o Departamento de Letras da UEL (Universidade Estadual de Londrina) e voluntários.

MUSEU DE ARTE
Durante todo o mês de janeiro, o Museu de Arte de Londrina também estará fechado. Os funcionários farão serviços internos de organização da reserva técnica, do acervo e de documentos. "Nossa reserva é pequena, estamos organizando para acondicionar melhor as obras. Tem documentos antigos de informação do museu, é um trabalho de organização importante", explicou a diretora de Ação Cultural da Secretaria Municipal de Cultura, Maria Luisa Fontenelle.

Com o fechamento do Museu de Arte, entra em recesso também a Biblioteca Especializada de Arte Francisca Campinha Garcia, que funciona dentro do museu. Todos os espaços irão retomar as atividades em 1º de fevereiro.