Bebê de seis meses morre em decorrência de coqueluche em Londrina
De acordo com a Sesa, a bebê não tinha o ciclo vacinal completo; último óbito registrado no Paraná foi em 2019, em Ponta Grossa
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quinta-feira, 25 de julho de 2024
De acordo com a Sesa, a bebê não tinha o ciclo vacinal completo; último óbito registrado no Paraná foi em 2019, em Ponta Grossa
Bruno Souza - Especial para a FOLHA
A Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) confirmou, nesta quinta-feira (25), a morte de uma bebê de seis meses em decorrência da doença de coqueluche em Londrina. A menina esteve internada no HE (Hospital Evangélico) até 30 junho, data em que faleceu, de acordo com informações da SMS (Secretaria Municipal de Saúde) de Londrina.
A SMS publicou, em nota, que a criança era prematura. De acordo com a Sesa, o falecimento de um segundo bebê de três meses pela doença está sob análise.
A diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da Sesa, Maria Goretti David Lopes, confirmou à reportagem que a bebê não tinha o ciclo vacinal completo. Das três doses necessárias, apenas uma foi aplicada. A última morte por coqueluche registrada no Paraná foi em 2019 em Ponta Grossa (Oeste).
A imunização contra a doença nas crianças - explicou a Sesa em nota - ocorre por meio da vacina pentavalente (que previne contra a difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae B) e DTP (contra difteria, tétano e coqueluche). A primeira deve ser aplicada em três doses, aos dois, quatro e seis meses de vida, já a DTP deve ser administrada como reforço aos 15 meses e aos quatro anos.
O Ministério da Saúde já foi notificado sobre o ocorrido. Segundo dados registrados no Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), de 2013 a 2023 foram confirmados 2.402 casos de coqueluche no Paraná.
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VACINAÇÃO DURANTE A GESTAÇÃO
Lopes ressalta que a principal medida de prevenção contra o coqueluche é a vacinação, pois a doença é extremamente parecida com a gripe.
"Os pais não percebem que o filho está com a doença porque os sintomas são iguais ao da gripe, causando problemas respiratórios. Vale ressaltar que, tendo qualquer alteração, tem que procurar a equipe para que não se agrave a situação", salienta a profissional.
Uma outra forma de proteção contra a coqueluche é a vacinação durante a gestação, pois ajuda a proteger o bebê por meio da transferência de anticorpos que acontece durante a gravidez. A dose da vacina dTpa (versão acelular da vacina contra difteria, tétano e coqueluche) deve ser aplicada, preferencialmente, a partir da 20ª semana de cada gravidez, podendo ser aplicada até 45 dias após o nascimento do bebê.
APELO À POPULAÇÃO
A diretora da Sesa faz um apelo à população e, principalmente, aos pais sobre a importância da vacinação para que situações como essa não voltem a acontecer. O estado tem, atualmente, 54 casos confirmados da doença.
"Fazemos um apelo para que as pessoas não acreditem em fake news. A vacina protege e previne doenças. Todos têm que se vacinar! Não podemos desmerecer [o ciclo vacinal], temos que incentivar", explana.
De acordo com ela, o estado enfrenta problemas em cumprir as metas vacinais. Dos 95% de cobertura esperados para a imunização das pessoas contra a coqueluche, apenas 85% foram alcançados. "Nenhuma meta foi alcançada. Nem mesmo a de influenza, que é a mais simples. Temos estoques de vacinas em todo o estado", ressalta Lopes.
COBERTURA VACINAL EM LONDRINA
Londrina apresentou cobertura vacinal de 95,31% para a vacina dtPa, de 87,48% para a vacina Pentavalente e de 81,16% para o primeiro reforço da DPT em 2023. Em 2024, até o momento, a cobertura vacinal está em 83,54% para a dtPa, 80,47% para a Pentavalente e 77,58% para o primeiro reforço da DPT.
Um levantamento sobre as mortes por coqueluche no município deve ser divulgado nesta sexta-feira (26).
(Atualizada)