Hemocentro do HU: apelo para a população doar
Hemocentro do HU: apelo para a população doar | Foto: Roberto Custódio

Nos bancos de coleta de sangue em Londrina, os dados dos sistemas são analisados dia a dia, como uma espécie de termômetro indicando se será possível atender às demandas dos hospitais. No Hemocentro Regional de Londrina do HU (Hospital Universitário) da UEL (Universidade Estadual de Londrina), os estoques estão em 50% no momento. “Isso coloca em risco vários tratamentos médicos em Londrina região, especialmente naqueles em que o número de cirurgias é muito grande”, diz o coordenador do Hemocentro de Londrina, Fausto Celso Trigo.

O Hemocentro atende 22 hospitais que compõem a 17ª RS (Regional de Saúde), como HU, Santa Casa de Cambé e Hospital São Rafael de Rolândia, ambos na Região Metropolitana de Londrina. Por dia, são repassados, ao menos, 20 bolsas de sangue às instituições.

“O apelo é para que a população venha doar para que não haja prejuízo nos atendimentos de outras patologias além de Covid-19. É sempre um grande desafio manter bons volumes ao longo dos meses. O estoque ideal é aquele sem excesso nem perda. Isso poderia ser facilmente atingido se todas as vagas fossem preenchidas”, comenta.

O Hemocentro disponibiliza atualmente 12 vagas para doações a cada hora, mediante agendamento prévio. “Precisamos que a população preencha esses horários. Atualmente, estamos trabalhando com metade das vagas e sabemos que na pandemia a dificuldades em sair de casa é muito maior, por uma série de motivos, mas é por isso que reforçamos nossas medidas de segurança”, completa.

Para evitar aglomerações, as doações precisam ser agendadas via site da Secretaria Estadual de Saúde - https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Doacao-de-Sangue

Para fazer a doação, a pessoa deve ter entre 16 e 59 anos (menores de 18 precisam comparecer com o responsável legal), pesar no mínimo 50 quilos e apresentar bom estado de saúde. Pessoas que foram infectadas com a Covid-19 há mais de 30 dias, e estejam recuperadas, poderão doar sangue. É preciso levar documento oficial com foto e não estar em jejum. O ideal é fazer refeição leve, uma ou duas horas antes da doação.

SUPORTE

No Hospital Dr. Eulalino Ignácio de Andrade, mais conhecido como HZS (Hospital da Zona Sul de Londrina), o diretor Geraldo Junior Guilherme comenta que em média são utilizadas 50 bolsas de hemocomponentes por mês, no atendimento de pacientes com anemia e em casos de sangramento por causas clínicas.

“Os hemocomponentes são de extrema importância no tratamento de várias doenças e em acidentes que provocam sangramento ativo. É importante, como sociedade, sermos solidários em todo o tempo. A doação é segura. Tem muitas pessoas que querem ajudar, mas não sabem como. Está aí uma bela oportunidade”, reforça.

REGIÃO METROPOLITANA

A gerente de enfermagem do Hospital São Rafael em Rolândia, Claudineia Pontiroli Gonçalves, comenta que o consumo de bolsas de sangue na instituição é alto por atender pacientes de toda a região. Nos últimos seis meses, a média de utilização tem sido de 40 bolsas/mês. “Nossa parceria com o Hemocentro é muito grande. Eles nos socorrem no nosso desespero. Se o estoque se manter baixo, teremos um grande prejuízo porque em muitos casos são essas bolsas que vão salvar a vida de muitos pacientes”, afirma.

Em Ibiporã, no Hospital Cristo Rei, a cada semana o Hemocentro do HU-UEL fornece cerca de seis bolsas de sangue para o tratamento de pacientes crônicos com anemia profunda. De acordo com a gerente de enfermagem Anali Fernanda Ottunes, são pacientes que internam quinzenalmente para transfusão sanguínea, mas que outros casos clínicos também dependem desse fornecimento. “Somos um hospital pequeno e a gente não conseguiria manter um banco de sangue próprio para suprir nossas necessidades. Essa parceria é muito importante porque nos dá suporte para atender os pacientes”, comenta.

TIPOS O+ e A+ e O-

O IHEL (Instituto de Hematologia de Londrina) fornece bolsas de sangue para 21 instituições, entre hospitais e clínicas de hemodiálise em Londrina, como a Santa Casa, Evangélico, Hospital do Coração, Mater Dei e Hospital Infantil, e na Região Metropolitana, em Rolândia, Cambé e Ibiporã. Dos atendimentos, 60% são para pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde).

Emerson Leandro de Souza Carvalho, enfermeiro responsável técnico, conta que em muitas ocasiões o estoque chega à metade, com reserva de 50 bolsas/dia. “Quando o volume cai, já começamos a ficar alertar, nos mobilizando com a ajuda de familiares de pacientes e voluntários que sempre doam. Hoje está faltando mais sangue do tipo O e A positivo, que são os mais utilizados, mas também o O negativo”, diz.

Ele acrescenta que na pandemia o número de doadores caiu cerca de 40%. "Já é difícil para os bancos manter os estoques de sangue em dias normais, mas nos últimos meses esse desafio tem sido ainda maior pois as doações caíram, mas as transfusões não param. Vamos fazendo manobras”, afirma.

SERVIÇO - O Hemocentro funciona de segunda a sexta, das 13h às 18h30 e no sábado, das 8h às 17h30, na rua Cláudio Donisete Cavalieri, 156. Mais informações pelo fone (43) 3371-2218 ou (43) 3371-2356. O IHEL funciona de segunda a sexta, das 8h às 17h30, na rua Senador Souza Naves, 667. Mais informações pelo (43) 3374-7800.

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