Banco de Leite do HU de Londrina procura doadoras

O BHL (Banco de Leite Humano) do HU (Hospital Universitário) em Londrina sempre inicia o ano com a missão de sensibilizar mulheres que estão amamentando a doar leite materno. Nesta época do ano o estoque atinge um nível crítico, levando as equipes a encararem uma verdadeira "corrida" em busca de doações.

A FOLHA esteve no BLH na manhã de segunda-feira (6) e o estoque do dia era de apenas 50 litros de leite materno. Volume que possibilita atender cerca de 20 bebês prematuros por 12 dias. “Sempre no início do ano o número de doações cai bastante. No entanto, em 2019 tivemos uma situação atípica entre os meses de janeiro e junho. Tivemos uma redução de 20% em comparação a 2018”, comenta Letícia Costa, coordenadora do Banco.

Para desenhar um outro cenário neste novo ano, as equipes estão empenhadas em mobilizar a população sobre a importância das doações. Entre as campanhas realizadas estão a do dia 19 de maio, Dia Internacional de Doação de Leite Humano, e Agosto Dourado.

“Buscamos atingir o máximo de mulheres porque sabemos que os números também refletem uma desinformação sobre a importância de doar leite e também sobre os serviços disponíveis”, diz Costa, ao apontar que 350 litros por mês seria o estoque ideal para o BLH atender mais de 560 bebês no HU da UEL (Universidade Estadual de Londrina) e em outras instituições em Londrina e região.

Em 2019, só no HU as doações de leite alimentaram 1.551 crianças. Ao somar outras sete instituições parceiras do BLH do HU que são, inclusive, postos de coleta, o número de bebês atendidos chega a 4.475.

COMO AJUDAR

As mães que têm leite excedente podem ir ao BLH, que fica nas dependências do HU, ou fazer a doação na própria residência, com o auxílio de técnicos, que também orientam sobre os cuidados de higiene e fornecem material para coleta.

“Vale dizer que quanto mais a mulher amamenta e faz a ordenha manual, mais ela produz leite porque a regulação da produção (de leite) acontece no sistema neurológico através da liberação de hormônios. Doar leite não prejudica em nada a amamentação do próprio filho”, explica.

O leite cru, congelado em casa e armazenado em recipiente de vidro e tampa plástica, tem validade de 15 dias. Já quando ele passa pelo processo de pasteurização e rigoroso controle de qualidade no Banco de Leite, a durabilidade é de seis meses.

“O leite materno salva vidas porque é rico em gordura, água, proteínas. É uma fonte de proteção que pode beneficiar bebês graves que estão em UTI (Unidade de Terapia Intensiva). E a mulher que doa não está só ajudando esses bebezinhos, mas está dando esperança também para muitas mães que estão passando por situações estressoras e que, por isso, acabam tendo impacto na produção de leite”, ressalta Costa.

Além do HU/UEL, as doações podem ser feitas também em postos de coleta, em cidades como Cornélio Procópio, Cambé e Rolândia, além da Maternidade Municipal de Londrina, Hospital Evangélico, Hospital do Coração unidade Bela Suíça e Hospital Infantil.

ACOLHIMENTO

Em funcionamento desde 1988, o Banco de Leite Humano do HU/UEL é uma referência em todo o Estado pelo trabalho de acolhimento de mulheres com dificuldades na amamentação e no incentivo à doação de leite materno.

Seja nas dependências do Hospital Universitário ou na própria casa, as mulheres podem contar com uma equipe especializada no manejo do aleitamento materno. Serviço que Simone da Costa Mantovani, 31, ficou sabendo através da equipe da UTI Neonatal do hospital.

Ela esteve no Banco ontem pela manhã porque estava com dor para amamentar a filha Jade, de oito dias de vida. "Nunca tinha vindo aqui, mas eu preciso acertar a mamada dela. Meu peito está machucado e não quero parar de amamentá-la", conta. Em 2019, o BLH atendeu mais de 1.500 mulheres. Um aumento de 10% comparado a 2018.

SERVIÇO - Mais informações sobre o Banco de Leite Humano do HU pelo fone (43) 3371-2390