A tarde de clima ameno e de garoa constante deste domingo (26) serviu como companhia para os milhares de candidatos que fizeram a prova do vestibular da UEL (Universidade Estadual de Londrina). Dentre os 7.075 aprovados para a segunda fase, 6.564 compareceram ao campus para fazer a prova de literatura, língua estrangeira, língua portuguesa e redação. A abstenção foi de 7,2%, o que representa 511 candidatos, percentual abaixo da última edição, que teve 12,6% de ausências.

Sandra Garcia, coordenadora da Cops (Coordenadoria de Processos Seletivos), explicou que além das 30 questões de línguas portuguesa e estrangeira e literatura, a prova também contou com duas redações. A primeira no modelo dissertativo-argumentativo trouxe como tema a crise da água no mundo; já na segunda, o estudante deveria trazer o desfecho (complementar o pensamento) para um texto sobre o gerenciamento de tempo. Esta segunda proposta trouxe um artigo publicado na Folha de Londrina, de autoria do consultor Abraham Shapiro. “São duas propostas muito importantes, atuais e que com certeza os estudantes têm domínio para poder falar”, ressaltou.

Imagem ilustrativa da imagem Baixo índice de abstenção marca segunda fase do Vestibular da UEL
| Foto: André Ridão/ Agência UEL

O vestibular da UEL continua nesta segunda-feira com a aplicação da prova de conhecimentos específicos, que traz 12 questões dissertativas de três disciplinas - variando conforme cada curso. “É a prova que a gente avaliou que os candidatos mais gostam de fazer porque não é uma prova apenas de certo ou errado, então tudo que ele escrever vai ser considerado pelos corretores”, apontou. Já na terça-feira, a prova de habilidades específicas é destinada apenas para os cursos de arquitetura e urbanismo, design de moda, design gráfico, artes visuais e música.

NOVO FORMATO

Marta Favaro, reitora da UEL, ressaltou que o índice baixo mostra que os candidatos aprovados na primeira fase têm o real interesse de estudar na instituição. Para a próxima etapa, que já é nesta segunda e terça-feira, ela recomenda que os estudantes fiquem calmos e que descansem bastante para que o resultado seja positivo. “O que nós esperamos é que todos os nossos estudantes que vêm na expectativa de serem pertencentes à comunidade UEL, que o consigam. Nós temos as nossas vagas e queremos que eles sejam aprovados e que estejam conosco no próximo ano letivo”, pontua.

Em relação ao ano letivo, a reitora ressaltou que a universidade está em um processo de estudo de adequação do calendário letivo ao civil, que será discutido na próxima reunião do Cepe (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão) no dia 30 de novembro. De acordo com ela, a proposta é de que o ano letivo de 2024 termine em fevereiro de 2025; já o ano letivo de 2025 começaria em março e seria concluído em dezembro do mesmo ano, alinhando os calendários acadêmico e civil.

Além do calendário, vai estar em pauta na reunião uma proposta de reformulação do processo seletivo da UEL, que foi atualizado pela última vez em 2012. Sem dar detalhes sobre o novo formato, ele esclareceu que todo o estudo foi pensado por grupos variados, como de professores e estudantes da educação básica e de recém-aprovados no vestibular. “Esses grupos focais que foram organizados para que nós pudéssemos ter a representação deles sobre o nosso vestibular foi o que ajudou a construir um referencial muito importante e significativo”, explica. Segundo ela, o novo formato será debatido pelo Cepe e, se aprovado, já pode entrar em vigor no próximo vestibular.

Imagem ilustrativa da imagem Baixo índice de abstenção marca segunda fase do Vestibular da UEL
| Foto: Gustavo Pereira Padial

PROVA TRANQUILA

Brenda Paulina Mayer, 20, é de Palmeira, em Campos Gerais, a cerca de 300 quilômetros de distância de Londrina, e está em busca de uma vaga para o curso de medicina veterinária. Segundo ela, o primeiro dia de prova da segunda fase estava mais tranquilo do que a etapa inicial. Sobre a redação, ela conta que os temas escolhidos são bem atuais, mas que não são tão debatidos. “Foi uma assertiva bem boa da UEL”, comentou. Em relação à prova de literatura, mesmo tendo lido apenas a sinopse dos livros, ela achou que as questões estavam tranquilas.

Brenda Mayer
Brenda Mayer | Foto: Jéssica Sabbadini

Vitória Cândido de Oliveira, 18, também achou que a prova estava bem mais tranquila do que a de conhecimentos gerais, aplicada na primeira fase. Com o sonho de cursar serviço social, ela opinou que as perguntas estavam bem objetivos, o que facilitou na hora de responder a alternativa correta. Sobre a redação, ela admitiu que os dois temas pregam muito sobre a saúde, sendo um mais voltado à saúde mental e outro à física. “Foram bons temas e muito fáceis de usar como redação”, reforçou. Segunda ela, o que mais pegou foram as questões de língua estrangeira, na qual ela optou pelo inglês: “estavam difíceis”.

Vitória Oliveira
Vitória Oliveira | Foto: Jéssica Sabbadini

Concorrendo a uma vaga no curso de biologia, Caio Vinícius, 18, afirmou que a prova estava fácil e que os temas escolhidos para a redação foram bem interessantes, tanto em relação à crise da água quanto sobre o gerenciamento de tempo. A prova de literatura, para o londrinense, estava bem fácil, assim como a de língua estrangeira. Para a prova de conhecimentos específicos, ele admitiu estar com medo, já que acha mais fácil encontrar a resposta em perguntas objetivas, em que ele pode ler as alternativas e ter uma ideia do que é correto.

Heloisa Garaluz, 18, veio de Campo Mourão (Centro-Oeste) em busca da aprovação no curso de biomedicina. Para ela, a parte de literatura foi a mais difícil da prova, já que como sempre estudou em colégios públicos, ela nunca teve muito contato com a área. Finalizando o primeiro ano de direito em uma faculdade de Campo Mourão, ela contou que pretende trancar o curso e vir para Londrina cursar a graduação dos sonhos.

Heloísa Garaluz
Heloísa Garaluz | Foto: Jéssica Sabbadini

Ela ressaltou que a redação com a temática da água foi muito boa, já que é algo que todo mundo vive no dia a dia, assim como sobre o uso do tempo. Na primeira fase, ela admitiu que não conseguiu se preparar muito, ainda mais porque a prova contemplava diversos conhecimentos. Para a dissertativa desta segunda-feira, ela conta que consegue “enrolar bem” na escrita, o que é uma vantagem nas redações e nesse tipo de questão. “O problema é que a gente nunca sabe o que eles vão cobrar, então precisa estar muito preparada com os conteúdos”, reforçou.