Baixo índice de abstenção marca segunda fase do Vestibular da UEL
Provas neste domingo foram realizadas no campus; redação trouxe dois temas: crise da água e artigo e Abraham Shapiro, publicado na FOLHA
PUBLICAÇÃO
domingo, 26 de novembro de 2023
Provas neste domingo foram realizadas no campus; redação trouxe dois temas: crise da água e artigo e Abraham Shapiro, publicado na FOLHA
Jéssica Sabbadini - Especial para a FOLHA
A tarde de clima ameno e de garoa constante deste domingo (26) serviu como companhia para os milhares de candidatos que fizeram a prova do vestibular da UEL (Universidade Estadual de Londrina). Dentre os 7.075 aprovados para a segunda fase, 6.564 compareceram ao campus para fazer a prova de literatura, língua estrangeira, língua portuguesa e redação. A abstenção foi de 7,2%, o que representa 511 candidatos, percentual abaixo da última edição, que teve 12,6% de ausências.
Sandra Garcia, coordenadora da Cops (Coordenadoria de Processos Seletivos), explicou que além das 30 questões de línguas portuguesa e estrangeira e literatura, a prova também contou com duas redações. A primeira no modelo dissertativo-argumentativo trouxe como tema a crise da água no mundo; já na segunda, o estudante deveria trazer o desfecho (complementar o pensamento) para um texto sobre o gerenciamento de tempo. Esta segunda proposta trouxe um artigo publicado na Folha de Londrina, de autoria do consultor Abraham Shapiro. “São duas propostas muito importantes, atuais e que com certeza os estudantes têm domínio para poder falar”, ressaltou.
O vestibular da UEL continua nesta segunda-feira com a aplicação da prova de conhecimentos específicos, que traz 12 questões dissertativas de três disciplinas - variando conforme cada curso. “É a prova que a gente avaliou que os candidatos mais gostam de fazer porque não é uma prova apenas de certo ou errado, então tudo que ele escrever vai ser considerado pelos corretores”, apontou. Já na terça-feira, a prova de habilidades específicas é destinada apenas para os cursos de arquitetura e urbanismo, design de moda, design gráfico, artes visuais e música.
NOVO FORMATO
Marta Favaro, reitora da UEL, ressaltou que o índice baixo mostra que os candidatos aprovados na primeira fase têm o real interesse de estudar na instituição. Para a próxima etapa, que já é nesta segunda e terça-feira, ela recomenda que os estudantes fiquem calmos e que descansem bastante para que o resultado seja positivo. “O que nós esperamos é que todos os nossos estudantes que vêm na expectativa de serem pertencentes à comunidade UEL, que o consigam. Nós temos as nossas vagas e queremos que eles sejam aprovados e que estejam conosco no próximo ano letivo”, pontua.
Em relação ao ano letivo, a reitora ressaltou que a universidade está em um processo de estudo de adequação do calendário letivo ao civil, que será discutido na próxima reunião do Cepe (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão) no dia 30 de novembro. De acordo com ela, a proposta é de que o ano letivo de 2024 termine em fevereiro de 2025; já o ano letivo de 2025 começaria em março e seria concluído em dezembro do mesmo ano, alinhando os calendários acadêmico e civil.
Além do calendário, vai estar em pauta na reunião uma proposta de reformulação do processo seletivo da UEL, que foi atualizado pela última vez em 2012. Sem dar detalhes sobre o novo formato, ele esclareceu que todo o estudo foi pensado por grupos variados, como de professores e estudantes da educação básica e de recém-aprovados no vestibular. “Esses grupos focais que foram organizados para que nós pudéssemos ter a representação deles sobre o nosso vestibular foi o que ajudou a construir um referencial muito importante e significativo”, explica. Segundo ela, o novo formato será debatido pelo Cepe e, se aprovado, já pode entrar em vigor no próximo vestibular.
PROVA TRANQUILA
Brenda Paulina Mayer, 20, é de Palmeira, em Campos Gerais, a cerca de 300 quilômetros de distância de Londrina, e está em busca de uma vaga para o curso de medicina veterinária. Segundo ela, o primeiro dia de prova da segunda fase estava mais tranquilo do que a etapa inicial. Sobre a redação, ela conta que os temas escolhidos são bem atuais, mas que não são tão debatidos. “Foi uma assertiva bem boa da UEL”, comentou. Em relação à prova de literatura, mesmo tendo lido apenas a sinopse dos livros, ela achou que as questões estavam tranquilas.
Vitória Cândido de Oliveira, 18, também achou que a prova estava bem mais tranquila do que a de conhecimentos gerais, aplicada na primeira fase. Com o sonho de cursar serviço social, ela opinou que as perguntas estavam bem objetivos, o que facilitou na hora de responder a alternativa correta. Sobre a redação, ela admitiu que os dois temas pregam muito sobre a saúde, sendo um mais voltado à saúde mental e outro à física. “Foram bons temas e muito fáceis de usar como redação”, reforçou. Segunda ela, o que mais pegou foram as questões de língua estrangeira, na qual ela optou pelo inglês: “estavam difíceis”.
Concorrendo a uma vaga no curso de biologia, Caio Vinícius, 18, afirmou que a prova estava fácil e que os temas escolhidos para a redação foram bem interessantes, tanto em relação à crise da água quanto sobre o gerenciamento de tempo. A prova de literatura, para o londrinense, estava bem fácil, assim como a de língua estrangeira. Para a prova de conhecimentos específicos, ele admitiu estar com medo, já que acha mais fácil encontrar a resposta em perguntas objetivas, em que ele pode ler as alternativas e ter uma ideia do que é correto.
Heloisa Garaluz, 18, veio de Campo Mourão (Centro-Oeste) em busca da aprovação no curso de biomedicina. Para ela, a parte de literatura foi a mais difícil da prova, já que como sempre estudou em colégios públicos, ela nunca teve muito contato com a área. Finalizando o primeiro ano de direito em uma faculdade de Campo Mourão, ela contou que pretende trancar o curso e vir para Londrina cursar a graduação dos sonhos.
Ela ressaltou que a redação com a temática da água foi muito boa, já que é algo que todo mundo vive no dia a dia, assim como sobre o uso do tempo. Na primeira fase, ela admitiu que não conseguiu se preparar muito, ainda mais porque a prova contemplava diversos conhecimentos. Para a dissertativa desta segunda-feira, ela conta que consegue “enrolar bem” na escrita, o que é uma vantagem nas redações e nesse tipo de questão. “O problema é que a gente nunca sabe o que eles vão cobrar, então precisa estar muito preparada com os conteúdos”, reforçou.