Um avião, com três pessoas, caiu ontem, por volta das 16 horas, em uma área rural perto do distrito da Warta, zona norte de Londrina. O Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar foram acionados para isolar o local, já que havia risco de explosão. O piloto, o pecuarista Ivo Vicentini, 50 anos, sua esposa Sílvia, 49 anos, e a sogra, Aurora D'Angele Sá Pereria, 82, não sofreram ferimentos graves, mas foram levados para o Hospital Evangélico, onde ficaram em observação. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes (Cenipa), do Departamento de Aviação Civil (DAC) deve investigar o acidente.
O bimotor Piper PA30, prefixo PT IMM, apresentou problemas durante a decolagem, no Aeroporto 14 Bis, localizado na Warta, e caiu em uma plantação a cerca de um quilômetro da pista. Cinco viaturas do Corpo de Bombeiros atenderam a ocorrência. Os bombeiros envolveram o avião em espuma mecânica para evitar uma possível explosão. Segundo o tenente Pedro Wagner Ogaki Malacrida, quando as viaturas chegaram, os três ocupantes já estavam fora dos destroços. ''Não havia fogo, mas é norma de segurança utilizar a espuma para evitar qualquer problema, principalmente quando envolve líquidos inflamáveis. E o avião estava com o tanque cheio'', apontou.
Segundo Ivo Vicentini, ele percebeu o problema no avião ainda na decolagem. ''Quando faltava um quarto de pista, o motor começou a ratear, mas era impossível abortar a decolagem. Aí acelerei e vim rezando. Foi Deus que levou a gente para esse campo'', afirmou. Segundo ele, a única coisa que fez foi desviar de alguns fios de energia elétrica e de um barranco perto do local do acidente.
De acordo com Vicentini, ele pilota há 33 anos e esse foi o primeiro acidente que sofreu. ''E o último, se Deus quiser'', disse. Ele não sabe explicar qual o motivo da falha do motor: ''O avião estava em dia com a documentação e as revisões. Não sei explicar o que houve''. Segundo o pecuarista, ele seguia com destino a Arapongas (37 km a oeste de Londrina) e depois iria para uma fazenda no Mato Grosso (MT).
Dois representantes da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) compareceram ao local do acidente, embora esteja localizado fora do raio de ação da empresa, de oito quilômetros ao redor do Aeroporto de Londrina. Segundo George de Freitas, coordenador de Segurança do aeroporto, a Infraero foi dar apoio técnico ao DAC, enquanto os peritos do Cenipa não estivessem presentes. ''Por enquanto vamos levantando alguns dados, tirando fotos, para evitar que alguns indícios se apaguem'', explicou.
De acordo com Benedito Ribeiro, supervisor do Aeroporto de Londrina, os dados serão analisados pelos peritos para descobrir as possíveis causas. ''Mas as investigações que serão realizadas não vão apontar culpados. Servem apenas como forma de prevenir novos acidentes'', explicou.
A Polícia Militar ficaria no local até que o DAC liberasse a remoção dos destroços para evitar depredação.