Imagem ilustrativa da imagem Aumento de óbitos mobiliza serviço funerário dos municípios da RML
| Foto: Prefeitura de Cambé - Divulgação

Se em todo o País houve aumento exponencial do número de mortes em decorrência da Covid-19 no primeiro trimestre de 2021, nas cidades da Região Metropolitana de Londrina não é diferente. Com os índices de óbitos batendo recordes nos últimos meses, as prefeituras de Arapongas, Rolândia, Cambé e Ibiporã têm se organizado para dar suporte ao serviço funerário, evitando colapso no sistema.

Em Arapongas, foram realizados 89 sepultamentos no mês de fevereiro de 2021, o dobro do registrado no mesmo mês de 2020, que teve 44 óbitos. “Em 2020 não aumentou tanto quanto esses dois primeiros meses de 2021. Neste mês, até agora (21), já passamos dos 80 sepultamentos, ano passado, no mês todo, foram 64 óbitos”, declara Albino Amaral, gerente de meio ambiente e administrador do Cemitério Municipal de Arapongas.

Apesar do aumento, Amaral explica que o município tem capacidade para atender a população, porque já havia um planejamento de organização do cemitério antes da pandemia. “Como é um cemitério antigo, de 1940, tínhamos muita propriedade abandonada. Então, o prefeito pediu para fazer o levantamento, recadastramento, digitalização dos livros. Aqui, a lei também permite que cada túmulo tenha mais dois sobrepostos, o que deu sobrevida muito grande para o nosso cemitério”, explica.

A questão, no entanto, foi a sobrecarga dos funcionários. Durante a próxima semana, o município deve contratar, pelo menos, mais quatro funcionários em regime temporário. “A gente tinha equipe acostumada a fazer até seis ou oito sepultamento no dia, mas agora estamos sobrecarregando todo mundo, porque o sepultamento de Covid-19 é dolorido. Domingo passado tivemos 12 funerais no mesmo dia”, exemplifica.

Para o administrador, a cidade está bem estruturada em questão de espaço e que a nova contratação vem para dar apoio ao serviço, que está sob controle. “A gente conta com a perspectiva de que a vacina vá diminuir os óbitos”, argumenta.

CAMBÉ
A Prefeitura de Cambé está ampliando o número de túmulos no cemitério municipal Pe. Symphoriano Kopf. Desde janeiro, cem novas sepulturas foram instaladas e há previsão de iniciar a construção de mais 142. “Nós fizemos levantamento e nossa programação de reestruturação do cemitério foi antecipada em razão da Covid-19", afirma o prefeito Conrado Scheller (DEM).

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| Foto: Cambé/Divulgação

O prefeito explica que o cronograma de ampliação já existia antes da pandemia e que essa era uma necessidade antiga do local. No entanto, com o número de óbitos aumentando, o processo foi acelerado para atender a demanda.

No primeiro trimestre de 2020, Cambé teve 131 óbitos, sendo dois em razão da Covid-19. De janeiro de 2021 até esta sexta-feira (19), já foram registrados 190 óbitos, sendo 67 em decorrência da Covid-19. São 59 mortes a mais no período em relação ao primeiro trimestre do ano passado. “Em tempos normais, esses cem túmulos que nós construímos durariam, no mínimo, mais seis meses, agora esses jazigos já estão esgotados”, explica o secretário de Obras, Manoel Cícero dos Santos.

O secretário esclarece que o intuito desses novos jazigos era receber os corpos das pessoas que estavam em túmulos temporários. “Para as famílias que não possuem um túmulo próprio, os corpos são encaminhados para locais temporários. Nossa intenção essa transferir esses corpos para esses túmulos fixos, mas com a grande quantidade de novos óbitos nos últimos meses, não conseguimos fazer isso”, comenta.

Segundo dos Santos, caso esses novos túmulos se esgotem muito rápido também, já há previsão para a construção de outros 168. O secretário também ressalta que a Comdec está finalizando a construção de novas gavetas (nichos) no ossário do cemitério, onde são alocados os ossos de pessoas que não possuem um túmulo próprio e que aguardam um espaço definitivo.

ROLÂNDIA
O prefeito de Rolândia, Ailton Maistro (PSL), explica que o município conta com um cemitério novo, aberto no meio do ano passado. “Rolândia é uma cidade de mais de 70 anos, o nosso cemitério original é antigo e está cheio. Estamos fazendo bastante covas no cemitério novo e chegamos a fazer dez sepultamentos em um dia”, afirma.

Apesar de não possuir vagas novas, o prefeito explica que o cemitério antigo permite que até três pessoas da mesma família sejam enterradas no mesmo túmulo, portanto, as famílias que já possuem o jazigo no local ainda podem enterrar seus familiares no local desde que respeitem o número limite.

De acordo com dados do Portal da Transparência do Registro Civil, administrada pela Arpen-Brasil (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais), Rolândia contabilizou 494 mortes no período de março de 2020 a fevereiro de 2021. O número é 10,51% maior que o mesmo período anterior. Ante a média histórica, o aumento alcançou os 68,67%, com 201 óbitos a mais.

Com esse aumento, Maistro afirma que os profissionais têm adiantado o serviço, deixando covas abertas para receber os corpos. “Não temos risco de colapso no serviço funerário, mas é muito triste. As pessoas às vezes brigam porque tem que proibir reuniões, churrascos, comércios, mas a gente vai administrando”, afirma.

IBIPORÃ
O prefeito José Maria (PSD) explica que está em discussão no Plano Diretor de Ibiporã a construção de um novo cemitério no município, considerando que a ampliação do único cemitério é limitada. “Temos condições de ampliação fazendo aproveitamento do espaço que já existe. Com algumas mudanças, a gente consegue ainda produzir mais cem jazigos no mesmo local”, afirma.

O cemitério da cidade possui sepulturas horizontais com capacidade de até três corpos em um túmulo, a capacidade é aumentada em jazigos maiores. “Temos um cemitério municipal já bem ocupado, entretanto, temos condições de suportar aumento pela demanda de sepultamento, se vier a ocorrer, dentro de um número previsível”, afirma.

De acordo com a administração, o município tinha em média 50 sepultamentos no mês, os números subiram em 42% no primeiro trimestre de 2021.

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