Os pais que levaram os filhos nas escolas municipais e nos CMEIs (Centros Municipais de Educação Infantil) nesta segunda-feira (10) em Londrina encontraram agentes da GM (Guarda Municipal) na porta e dentro das unidades. A cena deve se repetir na hora da saída e de início dos demais turnos. A medida é uma das ações colocadas em prática pela prefeitura para reforçar a segurança no ambiente escolar em meio a uma sucessão de casos de violência e supostas ameaças em Londrina e no País.

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As aulas na rede municipal retomaram nesta segunda para cerca de 46 mil alunos após a suspensão na quinta-feira (6) em razão do ataque de um homem contra uma creche em Blumenau (SC), que deixou quatro crianças mortas na última quarta-feira (5). Em Londrina, não foi identificada situação suspeita ou caso concreto de violência envolvendo as 180 unidades municipais e filantrópicas.

“Queremos dizer para as famílias que está tranquilo, que estamos olhando e cuidando. Estamos também observando outras questões. Por exemplo: se o portão que eventualmente não ficava trancado o tempo todo, agora será fechado. Pretendemos fazer uma ação intensa nesta semana para cuidar de todos os pontos que possam apresentar algum tipo de facilidade para invasão do prédio”, garantiu a secretária municipal de Educação, Maria Tereza Paschoal de Moraes.

Inicialmente, a presença massiva dos guardas em todos os prédios escolares municipais está garantida até quarta-feira (12), como informou o secretário municipal de Defesa Social, coronel Pedro Ramos. "Na quarta vamos fazer uma reavaliação para ver como nos comportaremos daqui para frente", resumiu.

“A secretaria municipal de Defesa Social deve fazer uma avaliação, até por conta da dificuldade destes guardas permanecerem todo o tempo e todos os dias nas escolas em razão do trabalho que já fazem. O essencial é que todos estejamos atentos, incluindo diretores, coordenadores, professores e famílias”, acrescentou a secretária de Educação.

ACIONAMENTO DE EMERGÊNCIA

As escolas e centros de educação infantil, municipais e conveniados, agora têm à disposição o botão do pânico, que funciona por meio do aplicativo 153 Cidadão instalado no celular da direção e em outros três aparelhos ligados à unidade. A ferramenta pode ser acionada em caso de emergência, agilizando o atendimento da viatura da guarda que estiver mais próxima, caso aconteça alguma intercorrência.

Botão do pânico foi disponibilizado para escolas municipais e particulares
Botão do pânico foi disponibilizado para escolas municipais e particulares | Foto: Pedro Marconi

O aplicativo também foi ofertado para as 170 escolas particulares da cidade. “Acreditamos que mais essa ferramenta de segurança vai trazer para as famílias e para os alunos tranquilidade para estar na escola e ver nela um espaço seguro. Esse aplicativo garante que todos nós possamos estar preparados. O sindicato está organizando uma reunião com todas as escolas particulares para repassar as orientações e formalizar a instalação e utilização do aplicativo”, afirmou João Marcos Machuca de Lima, vice-presidente do Sinepe/NPR (Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Norte do Paraná) e presidente do Conselho Municipal de Educação.

ORIENTAÇÃO

Para os pais, o clima tem sido de receio com o dia a dia na escola e atenção com que os filhos acessam nas redes sociais. “Dá muito medo, porque assusta o que aconteceu em Santa Catarina, adolescente sendo apreendido em Londrina com má intenção, estudante com arma em escola da cidade, mesmo que seja estadual. Toda hora vem alguma notícia e me deixa ainda mais apreensiva. Tenho olhado tudo o que meu filho vê no celular, pesquisa e joga”, comentou a mãe de um aluno de sete anos de uma escola municipal na zona oeste, que preferiu não ser identificada.

Maria Tereza Paschoal de Moraes ressaltou que o momento também demanda serenidade. “O importante é que os pais conversem com as crianças, que busquem manter a calma e não acreditem em notícias falsas. Na semana passada, por exemplo, tivemos o caso de pais que procuraram uma escola porque viram uma foto parecida com a unidade circulando nas redes sociais. Se a família tem dúvida, que entre em contato diretamente com a escola, têm os grupos de WhatsApp das turmas. Que os filhos sejam orientados que em qualquer situação desconfortável ou que não é normal numa escola, que procurem o adulto mais próximo”, indicou.

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