Aulas de ginástica unem esporte e brincadeira

Brincadeira de criança sempre tem corre-corre, cambalhota, estrela, parada de mão e outros movimentos que fazem referência à ginástica artística. Talvez por isso as aulas de ginástica dos 1,5 mil alunos da rede municipal de ensino que praticam a modalidade no contraturno sejam tão cheias de energia e alegria. As crianças entram em contato com este esporte graças ao desenvolvimento de oficinas de Ginástica Artística realizada por conta de uma parceria entre o município e a Associação Londrinense de Ginástica Artística (Alga).
Ao todo são 13 escolas atendidas, sendo oito urbanas e cinco rurais. O atendimento dos meninos e meninas fica por conta de sete monitores e dez estagiários. De acordo com a coordenadora do projeto Rosana Moreira, o esporte desenvolve as habilidades motoras dos alunos que poderão ser usadas em qualquer contexto futuramente. ''A ideia é democratizar este esporte e mostrar que é possível fazer ginástica de base nas escolas e descobrir novos talentos'', disse, explicando que os alunos que se destacam recebem incentivo para iniciar o treinamento na Alga.
Conforme a professora de educação física Janaina Alves da Silva, a ginástica amplia a flexibilidade e a velocidade dos alunos. ''Além da disciplina e do trabalho em equipe. Nas apresentações eles precisam esperar a hora do colega se apresentar e saber o momento certo da sua participação'', explicou.
Para fechar as atividades da oficina em grande estilo, foi programado um grande festival de ginástica artística em duas etapas. ''No ano passado reunimos todas as criaças em um só dia. Neste ano achamos por bem dividi-las em dois grupos, porque são muitos alunos'', explicou Rosana. A primeira etapa foi realizada no dia 18, com pouco mais da metade das crianças, e a segunda etapa será na sexta-feira, com os alunos das escolas rurais. Cada escola preparou uma apresentação com movimentos de solo da ginástica, que deixou as crianças que estavam assistindo concentradas e ansiosas para subir ao tablado.
O som das palmas deixava tanto professores quanto alunos orgulhosos nesta que foi a segunda edição do festival. Após as apresentações, as crianças tiveram a oportunidade de brincar nos outros aparelhos do esporte. A trave de equilíbrio, as argolas, as barras assimétricas e as paralelas se tornaram verdadeiros desafios a serem superados pelas crianças, sempre com a ajuda dos monitores. Motivo de muito riso e descontração.
Para a aluna Joyce Mylena Alves de Oliveira, 8 anos, do segundo ano da Escola Municipal Salin Aborihan, a atividade foi uma grande brincadeira. ''Hoje vim ver a apresentação das minhas amigas. Eu estou ensaiando muito porque meu grupo se apresenta outro dia'' disse a menina, destacando que gosta muito de ginástica e que a família a incentiva. ''Meu irmão só tem quatro anos, mas quer fazer ginástica também'', garantiu.
Com o uniforme da sua equipe, Kelly Cristina de Souza, 8, estava orgulhosa de sua apresentação. ''Eu gosto de fazer ginástica e na hora que começou a nossa música fiquei com frio na barriga e com medo de alguém do grupo errar, mas deu tudo certo'', comemorou. A professora da menina, Eliane Garcia Barbosa, que ministra a oficina de Artes na escola Salin Aborihan, disse que este tipo de atividade é uma grande oportunidade para os alunos. ''O trajeto da escola até aqui já é um acontecimento para eles. Estas apresentações trabalham a autoestima e fazem bem em todos os sentidos. Na nossa escola são 150 crianças que praticam esta modalidade'', comentou.
Os meninos também participaram das apresentações e mostraram que sabem fazer ginástica. Walisson Cardoso Graciano tem 7 anos e é aluno do primeiro ano da Escola Municipal Elias Kauan. Ele disse que gosta de participar das aulas. ''Ensaiamos muito para esta apresentação dar certo. Foi legal''.
No dia 3 de dezembro, às 19h30, haverá um Festival de Gala de Ginástica Artística no ginásio de esportes do Jardim Bandeirantes. Vão participar alunos que treinam na Alga e de algumas escolas do projeto. As apresentações são abertas ao público.