Cozinheira em uma escola municipal perto do colégio onde a filha estuda, Daniele Mendes, 39, estava trabalhando quando a estudante de 15 anos pediu socorro em estado de choque. Depois de ser amparada por funcionários, a menina foi levada até a mãe. "Eu fiquei desesperada, pois, apesar dessa onda de violência, a gente pensa que nunca vai acontecer com a gente", disse.

A menina estava na escola, ontem de manhã, quando ocorreu o ataque a tiros no Colégio Estadual Professora Helena Kolody,.

Segundo a mãe, a adolescente contou que estava com uma amiga no pátio e que viu o momento dos disparos. "Ela afirma que viu o rosto do autor e que teve que se abaixar para não ser atingida por ele, que começou a disparar aleatoriamente", disse.

A enfermeira Lucilla Aparecida Silva acordou com as ligações do filho de 14 anos depois de uma noite de plantão.

Ela chamou uma vizinha, que também é enfermeira, e foi de pijama até o local para encontrar o filho, que não ficou ferido. "Quando chegamos, tinha muitas crianças e adolescentes na rua e depois chegaram os bombeiros e a polícia", lembra.

O filho da enfermeira contou que muitos estudantes tentaram sair ao mesmo tempo da escola enquanto o atirador recarregava a arma. "Estamos assustados. Eu não conhecia a menina, mas já tinha visto o aluno que foi baleado."

Um estudante do 1º ano do ensino médio contou ter ficado desesperado logo com os primeiros disparos e pulou a janela da escola. Na queda, ele machucou uma das mãos e teve escoriações na perna.

Ele disse ter achado que fosse mais de um atirador, por causa da sequência de disparos. Saiu correndo pela rua para se esconder. Um carro parou e ele pediu para avisar a polícia, depois, foi abrigado por um vizinho.

O local foi isolado pela polícia. Depois de evacuado o prédio, durante toda a manhã, pais dos estudantes foram à escola para buscar o material escolar dos filhos.