Atendimentos a pessoas que buscam apoio emocional crescem no fim do ano
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sábado, 30 de dezembro de 2017
Lais Taine<br>Reportagem Local

O fim do ano é cheio de simbolismos, rituais, reflexões que propagam o clima festivo entre familiares e amigos. Algumas pessoas não se sentem bem para celebrações e acabam se isolando nesta época do ano. O CVV (Centro de Valorização da Vida), de Londrina, vê a demanda nos atendimentos a pessoas que buscam apoio emocional aumentar no mês de dezembro.
O CVV atua em Londrina há 37 anos e promove apoio emocional e prevenção ao suicídio, atendendo gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar com sigilo e segurança. "A nossa média mensal é de 750 a 800 ligações por mês, mas este mês deve passar de mil", afirma Aparecido Carlos Beltrame, coordenador do Centro em Londrina.
Beltrame explica que no final do ano as pessoas se sentem mais solitárias. "Elas veem na mídia a união da família, a troca de presentes, viagens e se algo não está legal com ela, acaba se sentindo abandonada, isolada", explica. Por isso, observa que neste mês há um maior atendimento a pessoas solitárias, que moram ou se sentem sozinhas ou que tiveram alguma perda muito forte.
O serviço promete anonimato, por isso, os atendidos se sentem livres para desabafar e serem ouvidos sem julgamentos. Atualmente, o Centro de Londrina possui 44 voluntários, todos passam por treinamento antes de iniciar o trabalho. Valdete Ramamauskas atua há oito anos no local. "Quando eu entrei, me identifiquei com a proposta e acabei ficando", afirma.
A aposentada conta que, além dos atendimentos que ocorrem durante todo o ano, o clima festivo deste período propícia a autoavaliação. "O final do ano leva a gente a refletir, criar metas para o próximo ano e rever as falhas para que elas não se repitam. Outras pessoas (que não estão emocionalmente bem) também passam pelo processo e graças a Deus elas lembram do CVV", afirma.
O coordenador do Centro em Londrina acrescenta que muitas pessoas aparentam estarem bem, mas que há um conflito interno. "É comum a família não perceber quando a pessoa está pedindo socorro. Ela diz que está cansada de viver ou que não vale a pena continuar vivendo, isso é um pedido de socorro. Não se deve criar alarme, mas ficar atento e pedir para que a pessoa converse, desabafe. É uma forma de desconstrução da ideia de suicídio", orienta.
O CVV atende gratuitamente 24h por dia, sob total sigilo dando apoio emocional e prevenção do suicídio. Em Londrina, o atendimento pode ser feito pelos números: (43) 3356-4111 ou 141.

