A saúde em Londrina deverá ganhar um reforço nos próximos meses. A cidade deverá começar a contar com a motolância, que é o atendimento do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) por meio de motos. Uma portaria do Ministério da Saúde regulamenta este tipo de serviço, que promete mais rapidez no primeiro contato com o paciente, principalmente em locais de difícil acesso e nos horários de pico.

“O objetivo é dar mais agilidade ao processo de intervenção dos atendimentos de urgência e emergência com a moto. Londrina está cada vez mais com o trânsito apertado, de grande movimento, e o deslocamento das ambulâncias em determinados horários acaba sendo um pouco mais demorado. As motos vêm para suprir essa demanda”, destacou o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado.

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A secretaria prepara a licitação para adquirir três motocicletas, que deverão ser ano 2024, num investimento de cerca de R$ 50 mil cada. “Existem algumas exigências, entre elas que sejam motos de, no mínimo, 250 cilindradas, que as motos tenham baú para levar os equipamentos e devem ser conduzidas por funcionário de saúde, enfermeiro ou técnico em enfermagem. Isso ainda estamos avaliando. Esse profissional vai dar o suporte inicial e, na sequência, as viaturas chegam”, explicou.

A expectativa é de que as motolâncias integrem o Samu até o início do segundo semestre. O funcionamento terá que ser durante o dia, das 7h às 19h, também atendendo exigência do Ministério da Saúde. Outra premissa é de que o condutor tenha experiência de pilotagem de, no mínimo, um ano. As motos deverão ser sempre conduzidas com farol baixo ligado e durante as ocorrências com luzes de emergência e sirene.

“No atendimento de urgência e emergência o tempo resposta é fundamental em relação ao desfecho do caso, como a questão de um AVC (Acidente Vascular Cerebral), infarto. Quanto mais rápido o profissional de saúde chegar ao local e fazer o primeiro atendimento, maior vai ser a chance do paciente, por isso vamos implementar (a motolância), agregando na qualidade do serviço do Samu e buscando salvar cada vez mais as vidas”, pontuou.

DESFIBRILADOR

Está aberto um edital para aquisição de desfibrilador externo automático, que irá compor o kit de equipamentos da motolância. Serão comprados três aparelhos, com custo total de até R$ 25,9 mil. A abertura dos envelopes com as propostas está programada para o dia 26.

UBS CHEFE NEWTON

Após dois dias com as portas fechadas para a retirada de equipamentos e móveis, começou a reforma da UBS (Unidade Básica de Saúde) do conjunto Chefe Newton, na zona norte. O prazo para conclusão é de três meses. A revitalização, que inclui pintura interna e externa, troca de portas, pisos, azulejos e esquadrias, adequação de acessibilidade em banheiros e salas, vai custar R$ 460 mil.

Os pacientes foram divididos entre dois postos de saúde neste período. O do Padovani vai oferecer atendimento médico de clínico geral, pediatra e pré-natal, enquanto que o Parigot de Souza vai recepcionar as pessoas com consultas médicas com clínico geral, ginecologista e odontologia e também vai entregar as dietas especiais, fraldas, ostomias e medicação de depósito.

Cascavel é pioneira no serviço de motolância: ‘grande instrumento’

Há quase dez anos a motolância é uma realidade em Cascavel, no Oeste do Paraná. A cidade foi pioneira no Estado a ofertar este serviço, vinculado ao Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). “É um grande instrumento, principalmente em casos de engasgo, infarto, parada cardiorrespiratória”, afirmou João Gabriel Avanci, diretor-geral do Consamu (Consórcio de Saúde dos Municípios do Oeste).

São duas motos - além de uma terceira de reserva - que sempre saem juntas, servindo como uma espécie de “batedor” uma para outra. Os veículos ficam na mesma base das ambulâncias. “Tem locais que a ambulância levaria de 18 a 20 minutos, já a moto chega em sete. São dois técnicos de enfermagem com a mesma mochila de equipamentos que existem na ambulância. Os profissionais fazem o trabalho de reanimação, por exemplo, e deixam o paciente pronto para ser transportado”, explicou.

As motocicletas só circulam em Cascavel, que tem cerca de 350 mil habitantes, e durante o dia. “Às vezes vão somente as motos e não precisa da ambulância ou elas vão primeiro e, na sequência, a ambulância (básica ou avançada) para transportar. Outros casos vão as motos e ambulância, como em situação de um acidente com várias vítimas.”

Em dias de chuva as motolâncias não são utilizadas. “Até hoje só tivemos um acidente, que teve mais a ver com o tempo chuvoso do que a questão do trânsito. A pessoa machucou o pé, mas de forma leve”, frisou.

No mês de dezembro foram 152 acionamentos das motos.

São quatro servidores que atuam no trabalho com as motocicletas. “Eles se revezam e fazem a escala de 12 horas (de serviço) por 36 (de descaso). Para atuar existem exigências, como ser condutor de veículo de emergência, além de ter outras formações específicas para poder começar”, informou Indiara Alves Teixeira, diretora do Núcleo de Educação Permanente do Consórcio de Saúde dos Municípios do Oeste.