Moradores da Usina Três Bocas, na região sul de Londrina, estão revoltados com a transferência dos atendimentos de saúde para a UBS (Unidade Básica de Saúde) do jardim Itapoã, que fica a sete quilômetros de distância. Desde o começo do ano, o posto da comunidade está em reforma e os pacientes estavam tendo acesso os serviços nas salas da paróquia, a 150 metros do prédio.

A população da localidade afirma que foi surpreendida com a alteração. “Fizeram a mudança de um dia para outro e ninguém foi avisado. Estamos revoltados, pois, as demandas daqui são grandes”, criticou a empregada doméstica Pollyana Aparecida da Silva. “A comunidade está indignada com o descaso da prefeitura conosco. O município está tirando nosso direito e levando para a cidade, tirando nosso direito à saúde”, lamentou a vendedora Maria Marli de Oliveira.

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A preocupação é com a locomoção até o Itapoã, principalmente das pessoas idosas. “Não temos todos os horários de ônibus à disposição. A partir das 7h30, por exemplo, passa de uma em uma hora na rodovia (João Alves da Rocha Loures), mas dentro da comunidade é até 12h e depois só das 15h às 18h. Nem todos têm carro ou moto”, comentou Pollyana Silva.

Os pacientes também cobram a volta dos atendimentos na estrutura da UBS. O prazo para finalização das melhorias, após aditivos, venceu em dois de outubro. “É uma luta para nós. Não sei o que a prefeitura tem contra nós. Reformaram o posto, gastaram um monte de dinheiro e agora vai para o Itapoã, com o prédio pronto e nós não podendo usar”, destacou o caminhoneiro Valdecir Ribeiro.

RAMPA NA RODOVIA

Com custo de R$ 363 mil, a reforma do posto teve início em janeiro, porém, em fevereiro parte da obra e do antigo muro desmoronou após fortes chuvas. A principal intervenção é a construção de uma rampa de acessibilidade – já pronta -, que tem gerado polêmica. Em junho, o DER-PR (Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná) notificou a prefeitura e chegou a pedir a demolição da estrutura, que tem o acesso pela faixa de rolamento da rodovia.

No mês seguinte, o município conseguiu junto ao órgão autorização para complementar as obras de acessibilidade. A rampa, do jeito que está, tem preocupado os moradores. “Está um perigo. São dois metros de pista até a calçada. Como um cadeirante vai entrar no posto de saúde? Jogaram dinheiro fora”, opinou Ribeiro.

O QUE DIZ A PREFEITURA

De acordo com o Núcleo de Comunicação da Prefeitura de Londrina, a Igreja cedeu o espaço para a secretaria municipal de Saúde (atender os pacientes provisoriamente), entretanto, pediu de volta. “Como não existe outro espaço perto para ser usado, (o atendimento) foi transferido para outro posto enquanto a reforma é concluída.”

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