Associação da Aviação Velha luta para manter terreno cedido há quase 30 anos
Prefeitura pediu reversão de área de 19 mil metros quadrados localizado na região sul, mas irá avaliar informações repassadas pela entidade
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 07 de dezembro de 2021
Prefeitura pediu reversão de área de 19 mil metros quadrados localizado na região sul, mas irá avaliar informações repassadas pela entidade
Pedro Marconi - Grupo Folha
Moradores da Aviação Velha e do distrito Espírito Santo, na região sul de Londrina, se mobilizaram para garantir que o terreno de cerca de 19 mil metros quadrados, às margens da PR-538, continue em posse da Amaves (associação de moradores das duas localidades). Segundo o atual presidente da entidade, a prefeitura enviou uma notificação no início de outubro pedindo a devolução da área.
José Carlos da Silva afirmou que a permissão de uso do terreno, que é do município, foi concedida à associação na década de 1990. A lei autorizando a medida foi aprovada na Câmara à época. “Construímos um barracão a partir de mutirão e com muito esforço. Queremos dar continuidade ao trabalho dos nossos pioneiros. Estamos lutando para continuar com o terreno, as pessoas da igreja que fica perto estão empenhadas e nos ajudando”, destacou.
A reportagem teve acesso a um despacho administrativo, do final do ano passado, que cita que em dezembro de 2020 foi realizada uma vistoria por dois servidores, que “verificaram a existência de mato alto em diversos pontos do terreno” e que o “barracão existente encontrava-se em bom estado de conservação”. Entretanto, “verificou-se a existência de apenas um bem móvel em seu interior (bebedouro), estando todo o interior do barracão vazio”. O documento também diz que foi constatado o descumprimento das leis que permitiram a outorga do imóvel por prazo indeterminado.
Eleito recentemente, Silva garantiu que o espaço é utilizado e bem cuidado. “Temos aulas de taewkondo para as crianças, zumba, realizamos cavalgadas. Antes da pandemia de coronavírus, por exemplo, reunimos oito mil pessoas na cavalgada e fizemos doações para o Hospital do Câncer. Também temos futebol. Para nós é um lugar de grande importância. (A fiscalização) passou na época da pandemia, quando estava tudo fechado, porque não poderia ter atividades, e vieram que estava tudo parado”, pontuou.
Morador do Salto do Lontra, situado na localidade, há quase 20 anos, Marlon Fernando Marques ressaltou que o terreno da associação é o único lugar de lazer público da comunidade. ““O distrito Espírito Santo é bem adensado e não tem nenhum aparelho público ou quadro. O que temos é a associação. Realizamos vários eventos e é de extrema importância. A notificação do município deixou todos preocupados. A associação está em pleno uso”, defendeu o produtor rural, que também é secretário da associação.
REUNIÕES
Na segunda-feira (6), moradores e vereadores se reuniram para deliberar algumas ações para continuar com o terreno. A previsão é de que novos encontros possam acontecer esta semana, desta vez com representantes do município, informou o presidente da Amaves.
AVALIAÇÃO
Secretário municipal de Gestão Pública, Fábio Cavazotti explicou que a fiscalização identificou indícios de ociosidade no uso do imóvel e que os contatos da associação junto ao município estavam desatualizados, “razão pela qual houve dificuldade em notificar a entidade para apresentar informações atualizadas sobre o uso do imóvel e o cumprimento de contrapartidas - projeto aprovado para construção e habite-se.”
“Nesta semana, fomos procurados pessoalmente por um representante da entidade, informando que houve mudança na diretoria e solicitando prazo para apresentação de defesa. Foram dados 15 dias para a entidade apresentar a documentação sobre o uso do local, as atividades desenvolvidas, a regularidade do imóvel e quitação das contas de água e luz. Vamos aguardar o prazo e avaliar as informações da entidade antes de prosseguir”, detalhou o secretário.
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