Depois dos inúmeros desastres registrados no Estado, pode ficar a pergunta: com o avanço da tecnologia não seria possível prever tais fenômenos? Segundo o o metereologista Samel Braun, do Instituto Tecnológico Simepar, os indicativos numérios utilizados hoje, dão uma previsão de comportamento do tempo até quatro meses antes.
''Saber o que vai acontecer durante todo o ano é muito difícil. Temos uma perspectiva, cuja precisão aumenta com a proximidade da data. Contudo, com quatro meses de antecendência daria para os governantes se prepararem diante dos fenômenos. Não se pode culpar a previsão pela morosidade das políticas públicas'', avaliou o metereologista, lembrando que o volume de chuva acima da média para janeiro já era esperado desde o início da primavera do ano passado.
No entanto, ele atenta que no sul do país não dá para ficar tranquilo em relação às chuvas. ''Estamos numa região que sofre grande influência de frentes frias. Não dá para descartar nada. Sabemos que o verão aqui é muito chuvoso, mas no inverno a atuação de determinado fenômeno pode trazer mais estragos. As cidades têm de estar preparadas.''
Dados do Instituto revelam o estado sentiu no ano passado os efeitos dos fenômenos El NiÀo (aquecimento das águas do Oceano Pacífico) e La NiÀa (diminuição média da temperatura). No primeiro semestre de 2009, até abril, sentiam-se no Paraná efeitos de uma condição moderada de La NiÀa. A partir do início da primavera, começou a se configurar a influência do El NiÀo, ainda sentida nos primeiros dias de 2010. No Sul do Brasil, com El NiÀo a tendência é potencializar o regime de chuvas. Com La NiÀa, é o contrário.
A previsão para este ano, é que até o fim do verão as chuvas fiquem acima da média, seguindo até o início do outono. Entretanto, na próxima estação, a tendência é que esteja dentro das características de normalidade presenciadas nessa época.