Arquivo FolhaArlete Hilu ficou presa durante quatro anos; hoje vive no interior de SPA quadrilha comandada por Arlete Hilu, responsável pelo tráfico de crianças no Paraná na década de 80, começou a agir no Estado no ano de 1983. Ela trabalhava como curadora do Juizado de Menores e fazia a intermediação de bebês brasileiros para a adoção por estrangeiros. O processo, no início, era legal. Ela atuava em postos de saúde e hospitais onde as futuras mães faziam o pré-natal e sugeria a doação da criança. Algumas mães doavam o bebê e recebiam cerca de US$ 150,00 para as despesas da família.
O problema estava na forma como as crianças eram entregues para os casais israelenses. Arlete Hilu cobrava cerca de US$ 3.500,00 para conseguir o bebê com as características pedidas. Arlete Hilu dizia que atuava de forma filantrópica, para ajudar as crianças e as famílias israelenses.
Após a denúncia da imprensa de que os bebês estavam sendo comercializados, a quadrilha de Arlete Hilu começou a atuar de forma mais audaciosa. Começaram a aparecer casos de sequestro e desaparecimento de crianças sem qualquer explicação. No começo, apenas eram bebês recém-nascidos, depois as crianças maiores (com idades entre 6 e 13 anos).
Segundo a jornalista Elza Oliveira, que iniciou a investigação do caso, na época no Jornal O Globo, a tensão começou a ficar cada vez maior. No dia 7 de janeiro de 1987, um bebê foi retirado do colo da mãe, Tereza Ribeiro, por um casal. ‘‘A tensão chegou ao extremo’’, relembra a jornalista.
O momento de tensão também atingiu os sequestradores, que chegaram a abandonar uma criança sequestrada no banheiro do Jumbo (hoje, Hipermercado Extra), em Curitiba. Junto com a criança (Juliana Lisboa, de 1 ano e 8 meses) foi deixado um bilhete da quadrilha informando quem era a menina e onde ela havia sido sequestrada.
Arlete Hilu foi presa e condenada a quatro anos de prisão em 18 de agosto de 1987, pela 4ª Vara Criminal de Curitiba. Na época, ela foi indiciada em 12 processos por comercialização de crianças, falsificação de documentos e utilização de falsa identidade. Ela foi solta em 1992.
De acordo com as informações do Sicride, Arlete Hilu está morando no interior de São Paulo com um dos filhos, intrutor de paraquedismo. Outro filho dela mora em Curitiba.