O boletim epidemiológico de Arapongas (Região Metropolitana de Londrina), com os dados entre os dias 14 e 20 deste mês em comparação à semana anterior (7 a 13), apontou que houve redução do número de pessoas contaminadas - 295 para 391. Porém, houve aumento no número de óbitos, analisando tanto os dados dos 30 dias (17 para 23) e quanto dos últimos sete dias. A taxa de transmissão também apresentou aumento nesta semana. Os dados foram levantados pela secretaria municipal de Saúde e em parceria com UEL (Universidade Estadual de Londrina), por meio do Núcleo de Gestão Pública (Fauel-Nigep/UEL) e divulgados na quarta-feira (24).

Imagem ilustrativa da imagem Arapongas apresenta aumento de mortes por Covid nos últimos 30 dias
| Foto: Divulgação - Prefeitura de Arapongas

Outras conclusões da análise são que houve redução no percentual de curados de 94,03% para 92,78% e aumento da taxa de transmissão, com uma pequena variação de 1,08 para 1,12.

O boletim também divulgou a incidência dos óbitos por região da cidade e demonstrou que entre as regiões mais afetadas pela doença nos últimos sete dias estão: Jardim Monte Carlo, Jardim San Raphael e Conjunto Flamingos, Conjunto Palmares, Columbia, região Central, Jardim Petrópolis.

Referente à taxa de ocupação dos leitos Covid-19 no hospital de referência do município, os dados apontam que a semana terminou com uma taxa de ocupação de 57,5% dos leitos de enfermaria, dos quais 23 dos 40 leitos ocupados; e de 96% dos leitos de UTI, 48 de 50. Referente aos indivíduos contaminados, 60,78% das pessoas que ficaram doentes nos últimos 30 dias estão na faixa de 20 a 49 anos. O boletim expõe que 73,79% (138 dos 187) dos óbitos registrados são de pessoas acima de 60 anos.

MEDIDAS MAIS DURAS

O prefeito Sérgio Onofre ressaltou que os hospitais estão lotados e não há mais leitos em UTIs e enfermarias. “Temos que tomar medidas mais duras para evitar que pessoas sejam contaminadas. Essa lotação está ocorrendo em função das viagens das pessoas para as praias. “Infelizmente os bons têm que pagar pelos ruins”, declarou.

Para conter avanço da Covid-19, a prefeitura publicou novo decreto com reforço das medidas de contenção ao avanço do novo coronavírus. As restrições passam a valer a partir desta sexta-feira (26). Entre os principais pontos, constam: fechamento de restaurantes, bares e similares às 23 horas; lotação máxima de 50% da capacidade; proibição de música ao vivo, shows e etc; proibição de uso de chácaras, áreas de lazer, proibição estadual de eventos com mais de 25 pessoas. O decreto não se aplica a limitação de horário para atendimento de serviços de entrega (delivery), atividades de e-commerce e drive thru (retirada rápida).

Consta também que servidores públicos que forem vistos em aglomerações estarão sujeitos a exoneração, se eles forem comissionados, e processo de sindicância, se forem servidores efetivados. Segundo o prefeito, o reforço nas medidas se faz necessário, mas deve-se levar em consideração o compromisso de cada cidadão. “Precisamos nos atentar também onde essas pessoas estão se contaminando. Se for nessas festas e aglomerações que estão fazendo, é preciso responsabilizar essas pessoas também. O desrespeito custa vidas."

De acordo com ele, é a própria população que precisa fazer seu decreto. “Ela tem que ter consciência. As pessoas estão brincando. Os bares estão lotados e ninguém usa máscara. A partir de hoje vamos começar a fazer esse rastreamento para identificar de onde estão vindo as infecções. Se for de algum comércio, de algum bar ou restaurante, vamos notificar uma vez só. Se continuar, vamos cassar o alvará e fechar o estabelecimento, porque as pessoas não entendem outro linguajar”, destacou. “Se identificarmos que a contaminação veio de uma aglomeração provocada por um estabelecimento e se continuarem vindo de lá, estarão cometendo o mesmo crime e vamos fechar.”

“Eu acredito que a superlotação dos hospitais e o aumento dos casos de letalidade entre os infectados tenha a ver com a nova linhagem do novo coronavírus. Mas eu fico aborrecido porque as pessoas viram tudo isso acontecendo nas outras cidades e em outros países e tinham que ter previsto que isso iria acontecer por aqui, mas agora a contaminação veio mais forte que na primeira onda. Eu sou muito contra fechar estabelecimentos e fazer decreto ou outras resoluções. É a população que precisa se conscientizar e fazer seu próprio decreto”, afirmou.