Os londrinenses passarão a consumir água do terceiro maior aquífero subterrâneo do mundo, o Guarani, até o verão de 2006, quando estará concluída a primeira etapa do projeto de captação.
A Sanepar está investindo R$ 10 milhões em três poços em Londrina, sendo que a interligação de dois na Região Norte está concluída. Quando todo o sistema entrar em operação abastecerá uma população de 132 mil habitantes, garantindo 10% da demanda da cidade pelos próximos 10 anos.
O Aquífero Guarani compreende 1 milhão de metros quadrados numa área que, em território brasileiro, vai do Mato Grosso (MT) ao Rio Grande do Sul (RS), atravessando oito estados, se estendendo ao Paraguai, Bolívia, Argentina e Uruguai.
Os três poços incrementarão a produção total em 330 litros por segundo. A capacidade instalada do Sistema de Abastecimento de Água Londrina/Cambé é de 2.200 litros por segundo.
O primeiro poço perfurado em Londrina pela Sanepar, com profundidade de 523 metros, foi o do Limoeiro (Zona Leste). Os estudos foram concluídos em 2002. A vazão de água é de 130 litros por segundo.
A licitação para a operacionalização deste poço foi aberta ontem. Já os dois poços interligados na Zona Norte, próximo ao Ribeirão Jacutinga, juntos terão uma vazão de 200 litros por segundo, sendo que a água é extraída a uma temperatura média de 50 graus centígrados.
Os poços 2 e 3, na Região Norte, estão a uma distância de 100 metros um do outro. O poço 2 tem uma vazão de 100 litros por segundo, sendo que a água sai do subterrâneo a uma profundidade de 950 metros. A perfuração ainda está em andamento.
Pelo poço 3 passa uma vazão de outros 100 litros de água por segundo a uma temperatura de 50 graus centígrados. Os estudos foram concluídos em 2005, sendo que a perfuração está concluída.
O presidente da Sanepar, Stênio Jacob, que esteve em Londrina ontem, acompanhado pelo geólogo João Horácio Pereira, responsável pela área de hidrogeologia da empresa, disse que além da perfuração de poços, a empresa tem outros projetos para a captação de água, inclusive a ampliação do sistema Tibagi.
''De maneira geral, a Sanepar estuda todas as alternativas de ampliação. O sistema Tibagi deverá ser duplicado nos próximos anos. Existe um projeto dessa duplicação, uma fonte excepcional para atender Londrina e região'', assegurou Jacob sem adiantar prazos.
O ideal para o consumo humano é a água a uma temperatura de 25 graus. Como a extraída dos poços 2 e 3 tem uma temperatura média de 50 graus, deverá ser resfriada.
Os R$ 10 milhões investidos no projeto, além do resfriamento, serão aplicados em obras de interligação, adução e tratamento da água, entre outras.
Os dois poços da Zona Norte garantirão o abastecimento de água para uma população de 80 mil habitantes da região, que convivem com a falta de água, principalmente nos horários de pico.
Atualmente, a Sanepar tem 44 poços no Aquífero Guarani. Os três londrinenses são os maiores e fornecerão água de qualidade e sem risco de contaminação ambiental por ser extraída do subterrâneo.
''É de importância fundamental a utilização desse manancial subterrâneo para a região de Londrina, que será a maior beneficiada com a produção de 200 litros de água por segundo. A Sanepar mantém uma equipe técnica e de geólogos em várias linhas de pesquisa, investindo R$ 15 milhões de reais nos próximos três anos para ampliar esses trabalhos'', assegurou o geólogo João Horácio Pereira.