Apucarana registra primeira morte por dengue neste ano
Vítima é uma mulher de 65 anos; município se encontra em estado de alerta, com 803 casos confirmados e 338 em investigação
PUBLICAÇÃO
quarta-feira, 23 de abril de 2025
Vítima é uma mulher de 65 anos; município se encontra em estado de alerta, com 803 casos confirmados e 338 em investigação
Heloísa Gonçalves
Mais duas mortes em decorrência da dengue foram registradas pela Sesa (Secretaria de Estado da Saúde do Paraná) nesta quarta-feira (23), divulgadas por meio do novo informe semanal. As vítimas são de Apucarana (Centro-Norte) e Toledo (Oeste), sendo os primeiros óbitos das cidades neste período epidemiológico, iniciado em 29 de dezembro de 2024.
A vítima de Apucarana é uma mulher de 65 anos, falecida em março. Em Toledo, um homem de 75 anos com comorbidades morreu em abril. Ao todo, mais 5.767 casos da doença foram confirmados, totalizando 147.531 notificações, 42.802 diagnósticos atestados e 33 óbitos no Estado.
APUCARANA
Com 137.438 habitantes, o município de Apucarana se encontra em estado de alerta para dengue, com 803 casos confirmados e 338 em investigação. Também levando em conta a primeira morte causada pela doença na cidade, o secretário municipal de Saúde, Guilherme de Paula, afirmou que os números são preocupantes. “Para uma cidade do porte de Apucarana, essa quantidade de casos requer atenção e ação imediata, o que vem ocorrendo com ações coordenadas entre secretarias de Saúde, Serviços Públicos, Meio Ambiente, com apoio do Exército, e ações do Programa Saúde na Escola, além de divulgações através da Secretaria Municipal de Comunicação”.
A secretaria atribui o aumento da incidência da dengue à proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença, e mudanças climáticas. Em resposta à escalada, estão sendo realizados mutirões de limpeza nas áreas mais afetadas e, em parceria com a 16ª Regional de Saúde de Apucarana, aplicação de fumacê na região norte da cidade, onde se concentra a maioria dos casos. Além disso, foram instalados 427 pontos de ovitrampas para monitorar a população do mosquito. O município também está com um Pronto Atendimento da Dengue, oferecendo assistência à população durante 18 horas ininterruptas, todos os dias da semana — inclusive aos sábados e domingos — até 1h.
O óbito recém-registrado é o segundo ocorrido na 16ª RS neste ano, após a morte de um idoso de 80 anos em Arapongas, no dia 1º de março. A mulher de 65 anos possuía histórico médico de hipertensão arterial sistêmica e hipotireoidismo. Conforme o secretário, “ela apresentou os primeiros sintomas da dengue no dia 10 de março e buscou atendimento novamente em 13 de março, já com sinais indicativos de dengue grave. Após essa avaliação, foi encaminhada à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e posteriormente ao Hospital da Providência, onde infelizmente veio a falecer no dia 15 de março”.
TOLEDO
Casa de 144.601 habitantes, Toledo também está em alerta para dengue, com 460 casos confirmados e 869 em investigação no momento. O diretor da Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Junior Palma, informou que dois LIRAa’s (Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti) foram realizados neste ano. “O LIRAa nos aponta os cuidados básicos que a população deve ter. O tipo de foco que foi mais predominante foram os vasos de plantas, pneus, tonéis que as pessoas armazenam água de forma inadequada. Nós também temos material em desuso, que ao invés da população destinar ao lixo, às vezes joga no quintal. Foram encontradas larvas até em brinquedos de criança, para você ter uma noção do cenário aqui em Toledo”.
Para combater a dengue, a Secretaria promove visitas domiciliares, feitas por Agentes de Combate a Endemias. Também são realizadas atividades de bloqueio de casos notificados da doença, com vistorias intensificadas em pontos estratégicos.
O óbito no município sede da 20ª RS de Toledo é o pioneiro da regional neste período epidemiológico. O idoso de 75 anos, que possuía hipertensão e diabetes, apresentou os primeiros sintomas da doença em 20 de março e buscou atendimento na rede suplementar de saúde. A vítima deu entrada no serviço hospitalar seis dias depois, sendo transferida no dia 28 para a UTI (Unidade Terapia Intensiva), onde faleceu em 3 de abril.

