A Autarquia Municipal de Saúde de Apucarana (Centro-Norte), por meio do “teste sentinela”, que é periodicamente utilizado em amostragens de sangue de pacientes, acabou detectando um caso de febre do oropouche no município.

O paciente, um homem de 57 anos, foi diagnosticado após procurar atendimento na Central da Dengue no Lagoão, devido a sintomas inicialmente relacionados à dengue. Contudo, exames mais detalhados revelaram a presença do vírus da Febre Oropouche em seu organismo. O resultado positivo de um paciente foi confirmado na quinta-feira (24) pelo Lacen (Laboratório Central do Estado)

Conforme informação da Autarquia Municipal de Saúde, o paciente morreu no dia 15 de abril, no mesmo dia em que buscou atendimento. Devido à gravidade do quadro clínico ele foi conduzido até o Hospital da Providência, onde foi internado.

“A causa morte deste paciente ainda está sendo investigada, portanto não há como confirmar se ele foi vítima da febre do oropouche”, informa o secretário da saúde de Apucarana, Emídio Bachiega.

De acordo com Bachiega, o que se sabe até agora é que o paciente era representante comercial autônomo e viajava com frequência para o estado de Santa Catarina. “Ele, inclusive, retornou de uma dessas viagens no dia 11 de abril, 4 dias antes de buscar atendimento médico no Lagoão. Com esses dados existe a probabilidade de o caso ser importado, ou seja, a doença não foi contraída em Apucarana”, pondera.

Segundo o secretário de Saúde, a febre do oropouche é uma doença rara, que às vezes é confundida com dengue e chikungunya .

A Autarquia Municipal de Saúde de Apucarana solicitou o aumento do número de exames sentinela. De cinco, o número subirá para dez, a fim de monitorar e identificar eventuais novos casos.

O caso de febre do oropouche foi tema da reunião entre as equipes da 16ª Regional de Saúde e da Autarquia Municipal de Saúde de Apucarana na manhã desta quinta. No encontro foram definidas estratégias para investigação do caso, principalmente da causa da morte do paciente. “Também foi definido o início imediato do trabalho de uma equipe de 14 agentes de saúde para identificar a presença do mosquito causador da doença na cidade, em especial na região onde o paciente que contraiu a febre oropouche residia. O trabalho é realizado de casa em casa, vistoriando os quintais das residências”, informa Bachiega.

ESTADO INVESTIGA

Agora, o Estado investigará a origem do vírus para verificar se o caso é importado ou autóctone, além de outras especificidades.

Outros cinco casos já haviam sido detectados no Paraná neste ano, todos importados. Os registros aconteceram nos municípios de Curitiba, Lupionópolis e Foz do Iguaçu. Pacientes de Manaus e Rio Branco que foram atendidos no Estado também positivaram para a doença.

“O Estado monitora de forma contínua a evolução de casos registrados, a fim de garantir um panorama completo da doença e agir de maneira mais assertiva. É válido considerar que, assim como nos casos de dengue, a febre do oropuche é uma condição evitável, sobretudo com ações de manejo ambiental”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.

A Febre Oropouche, transmitida principalmente por mosquitos do gênero Culicoides, é uma doença febril aguda com sintomas semelhantes aos da dengue, tornando o diagnóstico preciso essencial para o tratamento adequado e o controle da disseminação.

Casos isolados e surtos foram relatados no Brasil, principalmente nos estados da região Amazônica.

TRANSMISSÃO

A transmissão da Febre Oropouche é feita principalmente por mosquitos. Depois de picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no sangue do mosquito por alguns dias. Quando esse mosquito pica outra pessoa saudável, pode transmitir o vírus para ela.

SINTOMAS

Os sintomas da Febre do Oropouche são parecidos com os da dengue e da chikungunya: dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico da Febre do Oropouche é clínico, epidemiológico e laboratorial.

TRATAMENTO

Não existe tratamento específico. Os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento médico.

PREVENÇÃO

Evitar áreas onde há muitos mosquitos, se possível.

Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplique repelente nas áreas expostas da pele.

Manter a casa limpa, removendo possíveis criadouros de mosquitos, como água parada e folhas acumuladas.

Se houver casos confirmados na sua região, siga as orientações das autoridades de saúde local para reduzir o risco de transmissão, como medidas específicas de controle de mosquitos.

(Com informações da Prefeitura de Apucarana e da Agência Estadual de Notícias)

(Atualizada)