O prédio onde funcionava a escola municipal América Sabino Coimbra, no jardim Paulista, na zona norte de Londrina, não existe mais. A estrutura em madeira, da década de 1960, foi colocada abaixo entre semana passada e esta semana pela secretaria municipal de Obras e Pavimentação, após sete anos de pedidos e reclamações da comunidade, por conta do estado de abandono, mato alto e animais peçonhentos.

O imóvel havia sido construído com recursos doados pela Companhia Cacique de Café Solúvel, com o nome da instituição homenageando a mãe de Horácio Sabino Coimbra, fundador da empresa. No entanto, a unidade escolar no local foi desativada em 2017 por conta da falta de segurança estrutural. Na época, os alunos foram transferidos para o residencial Vista Bela, a sete quilômetros de distância, e para escolas próximas, acima da BR-369.

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Moradores relataram à reportagem que o local tinha se transformado em mocó. “Tinha gente que dormia aí dentro, estava tudo pichado, sujo, consumiam drogas. Dava medo de passar em frente”, contou um homem, que preferiu não ter o nome divulgado. Após a demolição ainda é possível encontrar muito entulho no terreno e parte das madeiras estão sendo levadas facilmente por quem passa na rua, já que está tudo aberto.

De acordo com a prefeitura, a área foi entregue à Cohab (Companhia de Habitação de Londrina), no sistema de permuta. “O local será utilizado para construção de moradias”, informou, por meio de nota. “A prefeitura fez a demolição das duas edificações que estavam no terreno para reaproveitar a madeira”, acrescentou. Não foi destacado quando os materiais que ainda estão espalhados serão retirados.

OUTRAS DEMANDAS

A proposta de levantar moradias no terreno de dois mil metros quadrados não agradou a vizinhança do bairro, que esperava outra destinação. “Não sabemos quem pode vir morar aqui. Então, tinham que fazer uma área de lazer com praça, academia ao ar livre. Não temos nenhuma praça aqui perto”, comentou a dona de casa Rosa Siqueira, que mora no jardim Paulista há cerca de 30 anos.

Outra demanda é pela volta de uma escola ou creche, já que muitos pais precisam atravessar a rodovia para levar os filhos a instituições que ficam em outras localidades. “Tenho uma filha de nove anos e todo o dia tenho que passar pela BR para poder levá-la na escola, que é do outro lado. Dia de chuva é pior ainda. Gostaria de uma creche aqui, já que temos muitas crianças nessa região”, opinou a dona de casa Stefany Melo, que tem outro filho, de nove meses, que logo vai precisar ser matriculado em um centro de educação.

A FOLHA procurou a direção da Cohab para ter mais informações sobre o projeto de moradias para a área onde houve a demolição, porém, não obteve retorno até a finalização da matéria.