O cenário do terreno das antigas casas da Aeronáutica nesta quinta-feira (20) é outro, pelo menos quando o assunto é o mato alto. Um dia depois de a FOLHA mostrar o matagal que tomava conta da área, nas avenidas Santos Dumont e Paul Harris, na zona leste de Londrina, a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) fez a roçagem do espaço, que tinha vegetação até em parte da calçada, impedindo a passagem de pedestres.

O serviço foi promovido após a prefeitura comunicar, na terça-feira (19), que “as casas são da Aeronáutica, que tem a responsabilidade de sua destinação”. O lugar, que conta com 17 imóveis abandonados e um terreno de cerca de sete mil metros quadrados, ainda poderá ter uma nova destinação em breve. Depois que o município desistiu de ter a posse do espaço junto à FAB (Força Área Brasileira) por conta de imbróglios legais, o Governo do Estado quer assumir o lugar.

De acordo com nota enviada à reportagem pela Força Aérea Brasileira, o “Governo do Paraná sinalizou interesse na área visando a implantação do Centro Intersetorial de Referência e Atenção à População Migrante de Londrina e Região”. “Com isso, foram iniciadas as tratativas para possível transferência da área para o Governo do Estado”, destacou o texto.

A Seju (Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania) confirmou a informação e acrescentou que está negociando com o serviço público de propriedades da União. O projeto deverá ser uma parceria da pasta com a Prefeitura de Londrina. Este centro existe apenas em Curitiba oferecendo informações à migrantes, refugiados e apátridas quanto ao acesso a serviços públicos estaduais e municipais.

A ideia é ampliar o leque de serviços prestados a este público em Curitiba, somando com a Assistência Social, o que também deverá acontecer em Londrina, caso a iniciativa se torne realidade.

MANUTENÇÃO

Sobre o cuidado com a área das antigas casas, a FAB ponderou que “os imóveis se encontravam em processo de transferência do Comando da Aeronáutica para a prefeitura, mediante autorização da Superintendência do Patrimônio da União no Paraná”, mas que o município disse, “recentemente, que não há mais interesse pela área”.

“Com isso, a FAB segue tendo a responsabilidade patrimonial. Dessa forma, serão tomadas as devidas providências para a limpeza, com a maior brevidade possível”, pontuou a nota. Os imóveis, no passado, serviam como moradia para militares que trabalhavam na cidade, no entanto, estão desocupados há aproximadamente 15 anos. Atualmente as residências acumulam lixo e servem de abrigo para pessoas em situação de rua e usuários de droga. Os moradores da região vão fazer um protesto nesta quinta-feira (21) para cobrar ações rápidas para resolver a situação do terreno.