Após aumento de mortes, Wenceslau Braz endurece medidas de restrição
Até domingo (21), somente supermercados, farmácias e bombas de gasolina podem funcionar
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 15 de março de 2021
Até domingo (21), somente supermercados, farmácias e bombas de gasolina podem funcionar
Laís Taine - Grupo Folha
Wenceslau Braz, município do Norte Pioneiro com pouco menos de 20 mil habitantes, havia registrado 17 mortes pela Covid-19 em todo o ano da pandemia até a última segunda-feira (8), mas em poucos dias o cenário mudou. Em uma semana, mais 11 óbitos foram acrescidos na conta, chegando a 28 vítimas do coronavírus nesta segunda-feira (15).
O aumento de 68% em número de mortes por Covid-19 foi o estopim para que o município endurecesse as medidas restritivas. A partir desta segunda-feira e até domingo (21), somente supermercados, farmácias e bombas de gasolinas poderão funcionar. As forças de segurança estão nas ruas para orientar a população.
“É com certa tristeza que a gente vem, novamente, anunciar o novo decreto 44/2021 relacionado à Covid-19. Nessa semana, muitas vidas foram levadas, de amigos mais novos e mais velhos, trazendo muito sofrimento para todas as famílias de Wenceslau Braz”, inicia o prefeito Atahyde Ferreira dos Santos Junior (PSD), o Taidinho, em sua rede social.
O decreto mais rígido pretende reduzir os números que inflaram os últimos boletins da cidade. “Tudo fechado, a polícia está andando na rua com a vigilância abordando as pessoas”, explica o prefeito. Lojas, restaurantes, bares, comércios de qualquer ramo, inclusive construção civil, devem ficar com as portas fechadas, atuando apenas com delivery. Os atendimentos dos supermercados foram estendidos para funcionamento das 6h às 20h e a população deve continuar obedecendo ao toque de recolher das 20 horas às 5 horas.
De acordo com o prefeito, a última medida de fechamento há 15 dias não surtiu tanto efeito e que foi necessário tomar atitudes mais rígidas. “Dessa vez, as pessoas estão mais solidárias, porque o aumento do número de mortes assustou muito”, afirma. Somente no último final de semana, foram seis óbitos registrados na cidade.
Apesar do aumento de vítimas, Taidinho afirma que as unidades de saúde do município ainda não atingiram a superlotação, mas está atento quanto ao fluxo da Central de Vagas e aos insumos. “Nós temos pacientes que foram para hospitais de Londrina, Jacarezinho, Paranavaí, Campo Largo, onde surgir vaga, a gente envia”, afirma.
O município conta com a Unidade Sentinela, montada ao lado da secretaria de Saúde, e com o Hospital São Sebastião. “Os leitos não estão totalmente ocupados ainda porque as pessoas estão mais em casa. Quando são casos mais graves, ficamos aguardando vaga em outros hospitais da região, porque precisa de oxigênio. Nós temos três respiradores no hospital que estão funcionando, mas com preocupação com a falta de oxigênio”, relata.
O prefeito afirma que há reserva suficiente para uso regular durante uma semana, mas não pode afirmar se a distribuidora vai continuar abastecendo a cidade, considerando a alta demanda pelo insumo. Situação que acende a luz de alerta de todo o Paraná. “O bloqueio da disseminação vai depender do Paraná inteiro. Ao mesmo tempo que eu paro aqui, eu tenho que levar algum paciente para Londrina para algum tratamento. É muito difícil, porque nós dependemos das cidades maiores”, declara.
A decisão por medidas mais rígidas sempre causa debate e divergência de opinião, mas o prefeito afirma que desta vez a população está mais compreensiva. “Até o momento, não tivemos nenhum caso mais sério de desobediência, a cidade está vazia. Está calmo e há um respeito bem grande, com poucos casos registrados pela fiscalização”, argumenta.
O prefeito também afirma que a decisão surgiu de uma reunião do comitê da Covid-19 na cidade, formado por diversas entidades, como Associação Comercial, Polícia Militar e Ministério Público, entre outros. “Eu não sei se estamos 100% certos na decisão, mas estamos fazendo isso em prol da saúde do povo de Wenceslau. Por isso, nos ajude, coopere, saia apenas se tiver extrema necessidade. Denuncie festas e quem não estiver colaborando, porque não é justo que todos paguem pelo erro de poucos”, pede.
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