Desde janeiro de 2022, os guardas municipais da Secretaria Municipal de Defesa Social de Londrina contam com escuta especializada, prestada por psicólogas, voltada à promoção da saúde mental. Desde o início do programa, foram contabilizados cerca de 500 atendimentos.

As profissionais, que são da secretaria Municipal de Recursos Humanos, vão até a sede da Guarda Municipal duas vezes por semana. O programa partiu de uma solicitação feita pelo secretário municipal de Defesa Social, coronel Pedro Ramos, que identificou a necessidade de apoio aos servidores da Guarda Municipal.

Segundo Ramos, o trabalho do servidor que atua na segurança pública repercute em um desgaste físico e emocional muito grande, pela própria rotina diária, e o apoio psicológico é essencial. “No mais, os guardas municipais trabalham com porte de arma de fogo, sendo essencial a identificação preventiva de questões que possam incidir em possíveis riscos. E a própria legislação da GM estabelece que o guarda municipal, sempre que passar por algum incidente de disparo de arma de fogo, ou confronto armado, deve receber atendimento psicológico”, explicou.

Os agentes podem participar por encaminhamento feito pela GM ou mediante procura espontânea. “Muitos GMs solicitaram o encaminhamento às suas chefias, ou procuraram diretamente as profissionais para serem atendidos. Eles perceberam a necessidade do apoio psicológico e buscaram o serviço por iniciativa própria”, apontou Ramos.

De acordo com a secretária municipal de Recursos Humanos, Julliana Faggion Bellusci, além de ter um olhar voltado às demandas próprias do serviço prestado pela Guarda Municipal, as psicólogas também trabalhar questões de saúde ocupacional, o que pode repercutir em redução de afastamentos e absenteísmo.

“É um olhar tanto para a questão profissional, que pode ser tratada em grupo, mas também ao indivíduo, porque a pessoa pode ter alguma condição que não quer falar ou lidar em grupo. E envolve muitas vezes, também, um trabalho de descompressão. Isso seria no caso do guarda que chegou afoito da rua e precisa fazer uma transição do profissional para a vida pessoal. Então elas atendem essas pessoas para que possam ‘voltar’ desse ritmo”, exemplificou.

Além dos atendimentos individualizados, realizados toda semana, o programa também oferece um grupo de monitoramento da saúde emocional, com encontros mensais. Nessas atividades, há escuta atenta e diálogo seguro, especialmente para servidores que apresentam adoecimento mental ou emocional, problemas psicossociais ou até mesmo questões da personalidade que possa comprometer suas relações e gerar sofrimento.

Como as psicólogas são servidoras temporárias, a SMRH já efetuou a contratação, via teste seletivo, de mais duas profissionais. Dessa forma, desde maio desse ano, as quatro psicólogas disponíveis na DSO estão participando do programa. “Já iniciamos a transição justamente para dar continuidade a essa iniciativa. E recebemos pedidos, por outras secretarias, para estender o programa. O saldo tem sido bastante positivo, notamos que há procura e que tem repercutido positivamente. Nossa expectativa é poder ampliar esses atendimentos”, acrescentou a diretora de Saúde Ocupacional da SMRH, Fernanda Morita. (Com informações do N.Com)