Deteriorado pela ação do tempo, falta de intervenções constantes do poder público e, principalmente, vandalismo, o Anfiteatro do Zerão, na região central de Londrina, será revitalizado. A ação vai acontecer com recursos conquistados por meio da Lei de Incentivo à Cultura, mais conhecida como Lei Rouanet, a partir da proposta do policial militar e produtor cultural Vitor Henrique de Santana. O projeto prevê reparos nas escadarias e grelhas, além da parte estrutural.

O anfiteatro também irá receber intervenção artística com grafite, que se transformará em uma tela gigante, com 13 metros de altura e a aproximadamente 450 metros quadrados. Seria uma maneira de inibir os vândalos, já que atualmente a edificação está danificada com pichações de cima a baixo. O planejamento junto à Secretaria Especial de Cultura, do governo federal, prevê ainda a realização de diversos eventos durante um ano, com atividades mensais.

“Trazer cultura de volta para o anfiteatro, que é um espaço importante para a cidade. É triste vê-lo vazio por conta da pandemia de coronavírus. Queremos dar um novo visual para que a população possa prestigiar depois deste período difícil. Nos últimos anos o anfiteatro tem sido pouco utilizado. Vamos transformar numa das maiores exposições artísticas do Brasil”, destacou Santana, que inscreveu a proposta em 2019.

INVESTIMENTO

O projeto tem orçamento total de R$ 670 mil. Somente para o início dos serviços são R$ 134 mil, dinheiro capitaneado com quatro grande empresas com sede em Londrina. A lei Rouanet permite que pessoas físicas e jurídicas destinem parte dos recursos que seriam para o pagamento do imposto de renda para o financiamento de obras artísticas. O Codel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina) colaborou na articulação junto às empresas para viabilizar o dinheiro.

As obras deverão começar em junho e terão duração de aproximadamente três meses. “Para nós é muito importante fomentar o turismo de eventos na cidade. Isso ajuda a fomentar a economia com grupos de teatros, shows. As pessoas da região metropolitana, mais de 1,2 milhão, vêm para Londrina e isso colabora para aumentar as vendas no comércio”, destacou o presidente do instituto, Bruno Ubiratan.

CUIDADOS

Quem utiliza o lugar reclama do estado de abandono do anfiteatro, que se tornou abrigo para moradores em situação de rua. “As escadarias estão quebradas, muita pichação. O local, como um todo, é bonito, mas a situação do anfiteatro é triste, espanta a população”, opinou a estudante Andressa Camargo. “Tomara que as pessoas façam a parte delas e cuidem, mas a prefeitura também, dando manutenção. Do contrário, não vai adiantar revitalizar”, cobrou o educador físico Guilherme Barbosa.

O Anfiteatro do Zerão foi inaugurado há quase 32 anos. A construção durou um ano. Toda a área de lazer tem 1.050 metros. Segundo Victor Henrique Santana, outras empresas podem participar do projeto Exposição RevitalizArte (www.revitalizarte.com.br/), como foi danificado. “Ações de preservação de espaços públicos contribuem com a segurança. Tendo essa ação a população passa a ter um carinho maior pelo espaço”, defendeu.