Dois estudantes do colégio estadual Marcelino Champagnat, no centro de Londrina, ficaram feridos após um colega de instituição promover um ataque com uma faca de serrinha, na noite de terça-feira (19). Ambos foram atendidos pelo Siate, mas sem gravidade. “Um adolescente tinha um ferimento no primeiro dedo da mão esquerda, necessitando de sutura, e o segundo arranhões de faca na parte posterior do crânio”, informou o sargento Maurício de Oliveira, que fez o atendimento.

O adolescente que cortou a mão, e que tem 17 anos, foi encaminhado para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do jardim do Sol. O outro, que tem 18, preferiu não ser levado para uma unidade de saúde e foi liberado no local. O autor do atentado, que também tem 17 anos, foi apreendido pela PM (Polícia Militar) e socorrido pelo Samu.

O jovem que machucou a cabeça contou que o outro aluno segurou a faca para evitar que mais pessoas fossem atingidas. “Estava na sala de aula e comecei a ouvir gritos vindos do corredor. Quando vi o menino estava xingado meu amigo, perguntei o que tinha acontecido, vi que ele estava com a mão cortada, saindo sangue. O menino (que atacou) estava tomando remédio e percebi que ele ia atrás de outro estudante, que correu para a sala, ele foi também e chamei outros amigos para tentar interferir para não acontecer o pior. Derrubamos ele”, relatou.

A confusão supostamente teria iniciado em um grupo nas redes sociais e o adolescente de 17 anos teria um alvo, que não estaria na escola na terça. “Ele queria esfaquear mais as meninas e o adolescente foi para apartar. O alvo dele era as meninas”, frisou uma funcionária do colégio.

AMEAÇAS

De acordo com a Polícia Militar, no momento em que a equipe chegou o estudante estava sendo contido por professores na sala da pedagoga. “Em conversa com o menor agressor ele falou que estaria sendo ameaçado, que tem as provas das ameaças no aparelho celular, porém, não iria repassar para a autoridade policial e que resolveria do jeito dele”, pontuou. “O menor foi encaminhado pela viatura do Samu, sob escolta policial, até o Hospital Zona Sul para atendimento médico, pois, havia ingerido diversos medicamentos de uso controlado.”

DESESPERO

A mãe do jovem de 18 anos afirmou que ficou desesperada ao saber do atentado na unidade e que foi até a escola imediatamente. “Queria ver meu filho, imaginei o pior. Vi aquele monte de viaturas perto da escola, quase desmaiei dentro do carro por aplicativo”, comentou. “Meu filho é uma benção, trabalha, estuda, nunca fui chamada na escola para nada. Por mais que meu filho é maior de idade, grande, não teve ninguém para ajudar. Precisa de um segurança”, cobrou. As aulas foram suspensas na terça à noite e os alunos liberados.

De acordo com a Seed, a direção da instituição registrou boletim de ocorrência e o Núcleo de Educação vai disponibilizar um psicólogo para conversar com os alunos
De acordo com a Seed, a direção da instituição registrou boletim de ocorrência e o Núcleo de Educação vai disponibilizar um psicólogo para conversar com os alunos | Foto: Roberto Custódio

INTERNAÇÃO

O menor apreendido está sob guarda da PM no HU (Hospital Universitário), nesta quarta-feira (20), e deverá ficar internado por mais alguns dias. "O psiquiatra informou que o adolescente vai passar por tratamento com medicamentos e acompanhamento psicológico. O rapaz já conta com histórico de depressão e tentativa de suicídio, de acordo com o que foi levantado pelos médicos", pontuou o a comunicação do 5º Batalhão da Polícia Militar.

SEED

Por meio de nota, a Seed (Secretaria de Estado da Educação) ressaltou que a direção do colégio registrou boletim de ocorrência e que NRE (Núcleo Regional de Educação) vai disponibilizar um psicólogo para uma conversa com os alunos. "A Seed esclarece que promove ações constantes de diálogo com os alunos sobre a importância do respeito dentro e fora da sala de aula", garantiu a pasta.

Atualizada às 9h30