Alunos ficam feridos após ataque de colega em colégio no centro de Londrina
Segundo a Polícia Militar, adolescente que promoveu o atentado disse que estaria sendo ameaçado e que iria resolver do jeito dele
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quarta-feira, 20 de março de 2024
Segundo a Polícia Militar, adolescente que promoveu o atentado disse que estaria sendo ameaçado e que iria resolver do jeito dele
Pedro Marconi
Dois estudantes do colégio estadual Marcelino Champagnat, no centro de Londrina, ficaram feridos após um colega de instituição promover um ataque com uma faca de serrinha, na noite de terça-feira (19). Ambos foram atendidos pelo Siate, mas sem gravidade. “Um adolescente tinha um ferimento no primeiro dedo da mão esquerda, necessitando de sutura, e o segundo arranhões de faca na parte posterior do crânio”, informou o sargento Maurício de Oliveira, que fez o atendimento.
O adolescente que cortou a mão, e que tem 17 anos, foi encaminhado para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do jardim do Sol. O outro, que tem 18, preferiu não ser levado para uma unidade de saúde e foi liberado no local. O autor do atentado, que também tem 17 anos, foi apreendido pela PM (Polícia Militar) e socorrido pelo Samu.
O jovem que machucou a cabeça contou que o outro aluno segurou a faca para evitar que mais pessoas fossem atingidas. “Estava na sala de aula e comecei a ouvir gritos vindos do corredor. Quando vi o menino estava xingado meu amigo, perguntei o que tinha acontecido, vi que ele estava com a mão cortada, saindo sangue. O menino (que atacou) estava tomando remédio e percebi que ele ia atrás de outro estudante, que correu para a sala, ele foi também e chamei outros amigos para tentar interferir para não acontecer o pior. Derrubamos ele”, relatou.
A confusão supostamente teria iniciado em um grupo nas redes sociais e o adolescente de 17 anos teria um alvo, que não estaria na escola na terça. “Ele queria esfaquear mais as meninas e o adolescente foi para apartar. O alvo dele era as meninas”, frisou uma funcionária do colégio.
AMEAÇAS
De acordo com a Polícia Militar, no momento em que a equipe chegou o estudante estava sendo contido por professores na sala da pedagoga. “Em conversa com o menor agressor ele falou que estaria sendo ameaçado, que tem as provas das ameaças no aparelho celular, porém, não iria repassar para a autoridade policial e que resolveria do jeito dele”, pontuou. “O menor foi encaminhado pela viatura do Samu, sob escolta policial, até o Hospital Zona Sul para atendimento médico, pois, havia ingerido diversos medicamentos de uso controlado.”
DESESPERO
A mãe do jovem de 18 anos afirmou que ficou desesperada ao saber do atentado na unidade e que foi até a escola imediatamente. “Queria ver meu filho, imaginei o pior. Vi aquele monte de viaturas perto da escola, quase desmaiei dentro do carro por aplicativo”, comentou. “Meu filho é uma benção, trabalha, estuda, nunca fui chamada na escola para nada. Por mais que meu filho é maior de idade, grande, não teve ninguém para ajudar. Precisa de um segurança”, cobrou. As aulas foram suspensas na terça à noite e os alunos liberados.
INTERNAÇÃO
O menor apreendido está sob guarda da PM no HU (Hospital Universitário), nesta quarta-feira (20), e deverá ficar internado por mais alguns dias. "O psiquiatra informou que o adolescente vai passar por tratamento com medicamentos e acompanhamento psicológico. O rapaz já conta com histórico de depressão e tentativa de suicídio, de acordo com o que foi levantado pelos médicos", pontuou o a comunicação do 5º Batalhão da Polícia Militar.
SEED
Por meio de nota, a Seed (Secretaria de Estado da Educação) ressaltou que a direção do colégio registrou boletim de ocorrência e que NRE (Núcleo Regional de Educação) vai disponibilizar um psicólogo para uma conversa com os alunos. "A Seed esclarece que promove ações constantes de diálogo com os alunos sobre a importância do respeito dentro e fora da sala de aula", garantiu a pasta.
Atualizada às 9h30