Física, matemática e química. Disciplinas que são o "terror" de muitos adolescentes podem se transformar em aliadas quando usadas junto com a tecnologia. É isso que cerca de 600 alunos mostraram nesta segunda-feira (13), na fase regional do Torneio de Robótica Lego League, desenvolvido pelo Sesi e Senai. O evento é uma ação pedagógica que dá prosseguimento ao desenvolvimento de competências e habilidades destas e outras matérias.

Usando o sistema lego - famosos brinquedos que já viraram até filme -, os estudantes desenvolveram robôs que tivessem a água como principal objetivo de todo o seu funcionamento. Gabriel Zani, 16, com um grupo formado por mais nove alunos, montou uma máquina que recolhe a água do aparelho de ar-condicionado e, com um aplicativo para celulares, mostra o que pode ser feito com o que foi recolhido.

"Buscamos dar dicas e soluções de como usar esta água para outra atividades, como lavar um quintal, o carro ou aguar as plantas. O que queremos agora é melhorar cada vez mais este protótipo com sensores e luzes de led", projetou o garoto. Responsável por toda a programação do robô, Zani tem utilizado o aprendizado para poder ir bem dentro e fora da escola. "Esta parte de matemática e física me ajudou muito quando fiz o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio)", contou ele, que quer prestar faculdade de engenharia mecatrônica ou mecânica.

Gabriel Zani e colegas trabalham em uma máquina que recolhe água do aparelho de ar-condicionado: "Queremos melhorar cada vez mais este protótipo"
Gabriel Zani e colegas trabalham em uma máquina que recolhe água do aparelho de ar-condicionado: "Queremos melhorar cada vez mais este protótipo"



CRIATIVIDADE
O torneio, realizado no Royal Shopping, reuniu participantes de nove municípios da Região Metropolitana de Londrina e Norte Pioneiro. Representando Rolândia, a estudante do segundo ano do ensino médio, Mariane Gasparoto, 16, conta que trabalhar com ferramentas relacionadas à robótica vem ajudando-a a ver o que aprende em sala na prática. "Também melhorei como pessoa, porque me agregou muito poder fazer isso. Mexe com a criatividade e me ensinou a ser mais disciplinada e comunicativa", destacou.

Testando o projeto que dessaliniza água do mar, sob o olhar atento de crianças de escolas de Londrina, Ana Caroline, 16, aproveita a criatividade e a troca de informações entre os colegas para enfrentar os desafios. "Estamos há dois anos trabalhando neste projeto, que ainda estudamos um método de fabricação. Essa busca faz com que aceitemos as opiniões que são diferentes da nossa e assim vamos tendo novas ideias para um melhor resultado."]

As amigas Clara Amadeu e Emanuelle Okano montaram um processo para reutilizar água de chuva
As amigas Clara Amadeu e Emanuelle Okano montaram um processo para reutilizar água de chuva



TODAS AS IDADES
De turmas diferentes, mas trabalhando por uma mesma finalidade, as amigas Clara Amadeu, 11, e Emanuelle Okano, 13, querem ver a engenhoca tecnológica que montaram ser usada em toda a cidade. "Fizemos um processo engenhoso em que a água da chuva é reutilizada, ficando guardada em um filtro debaixo da terra. Pode ser implantado em casa com quintal ou que é toda cimentada", explicaram. "Usa muito geografia e ciências e isso é importante porque auxilia na sala de aula e provas. Faz ficar mais fácil", acreditam.

Por conta dos resultados obtidos, a robótica se tornou disciplina dentro da grade curricular do colégio Sesi e Senai para todas as séries. "Percebemos que o entendimento dos alunos nas matérias, principalmente aquelas de exatas, melhoram muito. Além disso, acontece uma interação melhor entre aluno e professor, fazendo com que eles fiquem mais interessados e motivados em aprender e ensinar", afirmou Lucilene Furlan, gerente do Sesi/IEL (Instituto Euvaldo Lodi) Londrina.

Competição e trabalho em equipe
Uma legião de nerds e fãs de robótica "invadiram" o centro de Londrina com a realização do Torneio de Robótica Lego League, que aconteceu nesta segunda em um shopping no centro da cidade. Durante todo o dia, os alunos, de seis a 18 anos apresentaram projetos que envolviam tecnologia, por meio de robôs criados a partir de brinquedos lego.
As quatro melhores equipes foram classificadas para a etapa Sul brasileira, que vai acontecer no final de 2018, em Curitiba. Já a fase nacional está programada para Brasília, no final de 2018. "Os alunos definiram um trabalho de pesquisa e em cima disso fizeram todo o processo curricular. Posteriormente, os grupos apresentaram para uma banca julgadora, que avaliou a questão científica. Quem passou por isso montou o robô seguindo toda uma rotina e vieram até o torneio para definir os vencedores desta fase em ‘rounds’ entre os robôs", explicou Lucilene Furlan, gerente do Sesi/IEL Londrina.

De acordo com ela, o fato de trabalharem em grupos pode ser um diferencial para o mercado de trabalho. "Uma carência hoje da indústria são pessoas que saibam trabalhar em equipe. A robótica faz com que os adolescentes e jovens desenvolvam isso", ressaltou. "Vemos que os jovens gostam de competir e de uma forma saudável. Mesmo aqueles que não se classificam ficam felizes porque veem os companheiros avançando", avaliou. O evento aconteceu no shopping Royal Plaza. (P.M.)