A secretaria municipal de Educação alugou o prédio onde até o ano passado funcionava a faculdade Positivo, na avenida Faria Lima, zona oeste de Londrina, para abrigar os alunos da rede municipal enquanto as escolas Carlos Zewe Coimbra, no jardim Marabá, Hikoma Udihara, na Vila Isabel, na região leste, e Nina Gardeman, no Tókio, zona oeste, estiverem sendo reconstruídas.

Todas estas unidades são de madeira ou têm parte das estruturas em tábuas. A FOLHA já havia adiantado no final de 2023 que não seria possível manter os estudantes nos locais durante as obras. O município vai pagar um aluguel de R$ 116 mil por mês, num contrato de dois anos, o que totalizaria, caso complete todo este período de locação, R$ 2,7 milhões.

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O imóvel, que tem mais de seis mil metros quadrados de área construída, foi avaliado pela Comissão Permanente de Avaliação de Imóveis e de Preços Públicos, da prefeitura, que indicou o preço que o poder público londrinense deveria desembolsar mensalmente, após comparação com dados de mercado.

De acordo com o contrato, “o proprietário é responsável por quaisquer problemas estruturais que o imóvel possa apresentar após a sua locação, como grandes rachaduras nas paredes, colunas corrompidas, vigas de sustentação deterioradas, infiltrações expressivas que possam causar desabamento ou afundamento”. O locador deverá manter o local vago e pronto para ocupação imediata a partir da data de assinatura do contrato, que no caso, aconteceu no último dia 19.

A expectativa é de que a partir de março as crianças possam estudar no novo espaço. A prefeitura deverá disponibilizar ônibus de forma gratuita durante o tempo de revitalização das escolas. Na Hikoma Udihara, por exemplo, os pais foram avisados oficialmente sobre a mudança nesta semana. As famílias foram orientadas a levar os filhos matriculados no período matutino em frente ao prédio antigo às 6h50, para que o transporte ocorra dez minutos depois.

RECEIO

Apenas nesta unidade estão previstos seis veículos para o deslocamento dos 400 meninos e meninas, que estudam de manhã e à tarde. “Os alunos vão ser levados para a Faria Lima a partir do dia quatro de março. As crianças terão que levantar mais cedo para dar tempo. Calcularam que o deslocamento vai durar 25 minutos. Achei o local fora de mão, porém, é para o bem das crianças. No entanto, muitos pais estão receosos e já falaram que vão procurar uma escola mais perto”, relatou o motorista Luciano Santos, que tem uma filha de sete anos no segundo ano do ensino fundamental na escola da Vila Isabel.

As reconstruções e ampliações das três escolas terão investimento total de aproximadamente R$ 27 milhões. A média para término dos trabalhos é de um ano.

SEM RESPOSTA

A FOLHA procurou a secretária municipal de Educação, Maria Tereza Paschoal de Moraes, e o Núcleo de Comunicação da Prefeitura de Londrina para ter mais informações sobre a locação do prédio na avenida Faria Lima e a logística paras as crianças e pais, entretanto, não houve resposta até a finalização da matéria.

No dia posterior a publicação impressa, a pasta avisou que os alunos da escola municipal Francisco Pereira Junior, no Guilherme Pires, não precisarão ser realocados durante a revitalização do prédio, que já começou. No entanto, esta escola é citada no contrato de locação e em diário oficial.

KITS ESCOLARES

Quase 20 dias depois do começo do atual ano letivo, parte dos alunos da rede municipal ainda não receberam os kits escolares e os uniformes prometidos pelo município. Segundo Luciano Santos, até a tarde de quarta-feira (21) a filha de sete anos, que está na escola Hikoma Udihara, ainda não contava com a maioria dos objetos. “Só entregaram a bolsa e o estojo. O caderno ela está usando o do ano passado. Não compramos antes das aulas porque a prefeitura disse que iria doar”, comentou.

Na escola municipal Carlos Kraemer, no jardim Castelo, zona leste, a reportagem apurou que chegaram nesta semana as camisetas que faltavam e o restante dos materiais. Londrina tem 120 unidades e mais de 46 mil estudantes. Sobre o atraso, o Núcleo de Comunicação informou que “até a semana que vem (todos os materiais) estarão entregues.”

Inspetores começam a atuar nas unidades escolares de Londrina

Os 242 inspetores contratados pela prefeitura começaram a atuar nas unidades escolares do município nesta quinta-feira (22). Nos últimos dias, os trabalhadores passaram por capacitação para entender o trabalho, como o funcionamento das escolas, inclusão de crianças com deficiência, brigadas de incêndio e dispositivos de emergência da GM (Guarda Municipal).

Os funcionários, que são de uma terceirizada, vão custar R$ 10,8 milhões por dois anos. São dois tipos de carga horário: de 20 horas e 40 horas semanais, de segunda a sexta-feira. Casa instituição vai contar com dois inspetores.

Entre as funções que serão exercidas estão a verificação das instalações das unidades, percorrendo estacionamento e pátio, o controle do fluxo de pessoas, acompanhamento da chegada de mercadorias, identificação de indivíduos com comportamentos suspeitos nas imediações, chamando o apoio da GM (Guarda Municipal), e, se necessário, a inspeção da limpeza geral das escolas.

Atualizada às 11h10 de 23/02/2024