A instituição atende 160 crianças, jovens e adultos, de zero a 51 anos de idade
A instituição atende 160 crianças, jovens e adultos, de zero a 51 anos de idade | Foto: Marcos Zanutto



Na quinta-feira (14) a APS-Down (Associação de Pais e Amigos de Portadores de Síndrome de Down), de Londrina, realizou a sua tradicional festa de fim de ano. A escola ofereceu aos pais um almoço seguido por várias apresentações de dança, com rock dos anos 1960, forró e coral com músicas natalinas.

Um dos alunos que se apresentou é Luiz Aparecido Flausino, 35. Devidamente caracterizado com uma jaqueta de couro, ele dançou rock e disse estar orgulhoso de tal performance. "Conseguimos quebrar mais essa barreira. Foi divertido. Eu já tinha me apresentado antes; fiz muitas apresentações", explicou o aluno, que é de Campinas (SP) e veio morar com o irmão em Londrina. "Este ano a APS-Down foi muito legal para mim. O que mais gostei de fazer aqui na escola foram as aulas de dança e comer churrasco", apontou.

Sua colega Giovana Oliveira, 15, também gostou da apresentação e enalteceu o trabalho de seu professor César. "Ele trouxe a música (Whisky a Go Go), tocou e gostei da parte do refrão em que todo mundo grita 'Ê, ô'", ressaltou.

Essa foi apenas uma das muitas apresentações emocionantes realizadas pelos alunos em homenagem aos pais e familiares. Quando o jovem Daniel Martins Rocha, 19, executou na flauta a música Happy Xmas (War Is Over), de John Lennon, todos os pais se surpreenderam ao saber pela direção da escola que ele nunca tinha recebido uma aula de música, era um autodidata.

A homenagem aos pais é mais do que merecida. Muitos se desdobram intensamente para garantir melhor qualidade de vida a seus filhos. Um exemplo é a dona de casa Maria Adriana Silva Lima, 36, mãe de Andréa Novik Lima da Silva, 16, que se mudou da cidade de Timbiras (MA) para cá especialmente para se dedicar à educação e tratamento da filha. "Estamos há cinco anos aqui. A gente ainda está se acostumando, mas por ela a gente faz tudo. Nós morávamos no Maranhão e lá não tinha uma escola específica para ela e nem tratamento", explicou ela, que foi à festa acompanhada de outro filho. Para Lima, a apresentação representa uma evolução, já que a filha é muito tímida. "Este ano ela não só resolveu se apresentar, como pediu para que filmássemos ela dançando para poder se assistir depois", destacou.

Cinéia Ribeiro da Silva, 36, é mãe do Miguel Ângelo, 5, e afirma que esta época do ano representa a família. "Para mim todos os anos aqui foram maravilhosos. Ele entrou com seis meses, evoluiu e andou no tempo normal. As professoras deram todo o apoio. Ele gosta de tudo, principalmente correr e brincar bastante. Adora andar de bicicleta e jogar bola. Gosta de desenhar."

Uma das participante da festa foi Keity Bruning, 42 anos, que depois de ter realizado um tratamento contra o câncer resolveu criar um coral na Gleba Palhano, que realiza apresentações no bairro e que recebe colaboração de algumas empresas e instituições. "O ConGP (Conselho de Condomínios da Gleba Palhano) colaborou com a doação de 20 cestas de Natal", destacou. As cestas foram entregues a famílias carentes de alunos da APS-Down.

ANJOS PARCEIROS
O ano da APS-Down não foi muito fácil. Em abril as chuvas provocaram a queda do muro, gerando um prejuízo. Foi a segunda queda desse muro em menos de seis anos. A diretora pedagógica Idalina Marques afirma que o conserto só foi possível porque a instituição contou com o apoio "dos anjos parceiros que sempre aparecem e nos ajudam". "Fizemos promoções e conseguimos terminar o ano sem ficar no vermelho, embora não tenha sobrado recursos. Tenho uma paixão grande pelo meu trabalho e pela educação especial. Realizamos eventos e corremos atrás de tudo para viabilizá-los. É um fim de ano de muito trabalho, muitas vitórias e muitas conquistas."

O professor de arte Rafael Augusto Rivas destaca que a cada dia os docentes aprendem muito mais com os alunos do que ensinam. "A arte trabalha com todos os sentidos do aluno, mas parece que eles nascem com esse dom artístico", enalteceu.

A instituição atende 160 crianças, jovens e adultos, de zero a 51 anos de idade.
No mesmo terreno funciona o Centro de Educação Infantil Haydee Colli Monteiro, que atende 54 alunos de zero a 3 anos.