A prefeitura vai pagar R$ 79 mil mensais à Iscal (Irmandade Santa Casa de Londrina) de aluguel para utilizar o antigo prédio do hospital Mater Dei, na esquina da avenida Bandeirantes com a rua Souza Naves, na área central de Londrina. O imóvel, que está desocupado desde o ano passado, vai receber de forma provisória os atendimentos da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim do Sol, que será reformada.

O vínculo entre o município e a instituição de saúde será de um ano, totalizando R$ 948 mil. O período é superior ao que inicialmente está previsto para a revitalização da unidade, que é de oito meses. De acordo com o que consta na minuta de contrato, que a FOLHA teve acesso, o prazo de 12 meses é improrrogável, já que o hospital destacou que existem "projetos de reforma" em andamento para a estrutura.

LEIA TAMBÉM: Ações contra a dengue são intensificadas em Londrina

A primeira vistoria da Comissão Permanente de Avaliação de Imóveis e de Preços Públicos da prefeitura indicou que o montante ideal mensal seria de R$ 43 mil, no entanto, a direção da irmandade considerou a oferta "abaixo da expectativa e do valor de mercado". Após negociações, foi definido o custo final.

A UPA vai ocupar o térreo e o primeiro andar. Os demais seguirão sob responsabilidade da Iscal. O terreno, de 2.300 metros quadrados, conta com estacionamento, entretanto, este espaço está arrendado para uma empresa. Ou seja, se a secretaria municipal de Saúde quiser utilizar as vagas, terá que falar diretamente com a arrendatária, o que já foi feito, inclusive.

"Considerando a visita técnica realizada na unidade foi possível identificar que o prédio consegue manter um ambiente adequado com estrutura suficiente para os atendimentos hoje realizado na UPA Centro-Oeste. Neste contexto, a locação do prédio irá atender a necessidade do serviço, garantindo o atendimento da população e o interesse público em manter uma referência de urgência e emergência 24 horas todos os dias da semana no período de reforma", defendeu a secretaria municipal de Saúde.

OUTUBRO?

O contrato entre as partes ainda não foi oficialmente assinado, o que deve ocorrer nos próximos dias. A projeção era de que a transferência acontecesse neste mês de outubro. Questionada pela reportagem sobre a mudança, a secretaria municipal de Saúde apenas disse "que não tem novidade".

RACHADURAS PROFUNDAS

Apesar de ter apenas nove anos de utilização, a UPA Sol apresenta problemas estruturais visíveis dentro e fora do prédio, principalmente rachaduras profundas, além de mofo, o que foi apontado em laudo de 2022 da Defesa Civil. A revitalização do lugar prevê intervenções em revestimentos de pares e teto, janelas, cobertura, piso e nas instalações elétricas e hidráulicas.

O investimento será de R$ 1,6 milhão e os serviços serão executados por uma empreiteira com sede na cidade e que está contratada desde agosto, depois de um edital que foi marcado por idas e vindas jurídicas. A unidade de saúde, que foi construída para substituir o antigo Pronto Atendimento Municipal, na rua Benjamin Constant, atende uma média de 400 a 500 pessoas todos os dias.