“Enquanto não fizerem uma ponte de verdade, nós vamos passar por esse transtorno. Quando chove fica muito perigoso. Não vale a pena arriscar. Passo por essa rua todos os dias de bicicleta, mas quando chove já dou a volta pelo outro lado. Gasto vinte minutos a mais, mas é mais seguro”. O relato é de João Lima, morador há 40 anos do conjunto Avelino Vieira (conhecido como conjunto Panissa), na zona oeste de Londrina.

Imagem ilustrativa da imagem Alagamento em pista entre Cambé e Londrina está há anos sem solução
| Foto: Micaela Orikasa/Grupo Folha

O bairro está no limite com o município de Cambé (Região Metropolitana de Londrina) e a pista que o morador se refere é a rua Barão do Cerro Azul, no acesso ao jardim Novo Bandeirantes, por onde passam muitos veículos, pedestres, caminhões e ônibus do transporte urbano. Quando chove o volume de água avança na via, por onde passa o córrego Esperança, interditando a passagem, como ocorreu na tarde de segunda-feira (10).

“Essa situação se mantém há anos. Eu já presenciei um acidente com um motociclista que resolveu passar pela água e um ônibus que quase tombou, empurrado pela força da água. Para mim, a única solução é fazer uma obra grande, com passagem segura para os pedestres também”, diz Flaviana Alves de Souza, enquanto atravessava o trecho a pé com os filhos.

Após a chuva, o asfalto ficou coberto de lama. Na manhã desta terça (11), uma retroescavadeira fazia a remoção da terra para liberar a passagem de veículos. Mesmo com a medida, a motociclista Franciele Mara T. Takahashi preferiu não se arriscar. “Vou dar meia volta e pegar outro caminho porque ainda existe um risco de acidente”, afirma.

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LEVANTAMENTO

O secretário de Obras e Serviços Públicos de Cambé, Manoel Cícero dos Santos, comenta que o problema é realmente antigo e que ao longo dos anos, o local só vem recebendo intervenções paliativas. “O córrego Esperança tem recebido um volume muito alto de água e a tubulação que, foi dimensionada há 30 anos, não suporta mais essa vazão. A região vem crescendo com a construção de novos bairros e a água da chuva já começa canalizando no Santo Amaro, passando por vários bairros até chegar neste ponto”, afirma.

Quanto à solução, Santos diz que esteve reunido com a secretária interina no setor de Obras e Pavimentação de Londrina, Margareth Pongelupe, para discutir o assunto. “Como a pista fica na divisa entre os municípios, estamos buscando uma parceria até mesmo para que possamos captar recursos. Com certeza, essa é uma obra grande que pode ultrapassar R$ 2 milhões para execução dos serviços”, aponta.

De acordo com Pongelupe, uma equipe de técnicos da secretaria de Obras está fazendo um levantamento no local, em caráter de urgência, para saber a origem do problema. “Problemas de drenagem são uma herança antiga em Londrina. Se a origem do problema for dos dois lados da divisa, temos que fazer um projeto conjunto, orçar e viabilizar essa obra. Vamos buscar uma solução”, diz.

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O levantamento deve ser concluído ainda nesta semana e, segundo Pongelupe, uma nova reunião será agendada para discutir soluções. “Também já estamos checando internamente se há algo já registrado na pasta como, por exemplo, um pré-projeto para a região”.

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