Maurício Borges
de Apucarana
Ao depor ontem ao juiz-substituto José Foglia Júnior, o representante comercial Ivan Adonizete de Oliveira que, até então, era considerado réu confesso no homicídio do maitre Ilson Aparecido de Oliveira, negou a autoria do crime. Um dia após o homicídio, no dia 4 de julho, no Royal Bingo, em Apucarana, ‘‘Ivanzinho’’ havia se apresentado a um delegado em Londrina, admitindo sua culpa na morte do garçom.
No depoimento de ontem Ivanzinho alegou que, ao ser desacatado e proibido de entrar no Royal Bingo, entrou em luta corporal com o garçom e que, naquele momento, vários tiros foram disparados pelo policial militar José Carlos Cândido, cunhado da vítima, que estava trabalhando à paisana no local.
Ainda de acordo com o acusado, o PM atirou contra ele e um dos projéteis teria atingido o garçom. Ivanzinho admitiu que disparou seu revólver, mas que não foi o tiro que causou a morte do garçom. A arma, conforme revelou, foi atirada no Lago Igapó, em Londrina, no dia seguinte ao crime.
Após o depoimento do cliente, o advogado Mozart de Quadros anunciou que está requisitando à Justiça a apreensão e exame de balística no revólver do policial. ‘‘Pretendemos encaminhar um pedido de relaxamento da prisão preventiva e talvez até um pedido de desaforamento do júri. Ivan está sofrendo um processo de linchamento moral em Apucarana’’.
Para o assistente de acusação João Batista Cardoso, a versão contada por Ivanzinho é absurda. ‘‘Existem várias testemunhas oculares do crime e essa versão não irá prosperar’’. O juiz José Foglia Júnior marcou para 1º de fevereiro os depoimentos das primeiras testemunhas da denúncia arroladas pelo Ministério Público.