Acessório pode ser levado na bolsa
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quinta-feira, 07 de janeiro de 2010
Há cerca de três anos, a ONG Meio Ambiente Equilibrado (MAE), de Londrina, desenvolveu um porta-bitucas para os fumantes. Feito do mesmo material que as garrafas pet, porém mais resistente, o acessório não derrete, não deixa o cheiro do cigarro exalar, e pode ser carregado na bolsa ou mesmo no bolso da calça.
Segundo o presidente da ONG, Eduardo Panachão, a ideia veio de encontro com o objetivo de mudar pequenos hábitos dos fumantes em benefício do meio ambiente. ''Sabemos que fumar é uma escolha. Mas este hábito tem um impacto expressivo no aumento de resíduos nas ruas. A maioria fuma vários cigarros por dia'', comenta. Uma estimativa da ONG revela que são jogadas cerca de 75 mil bitucas diariamente nas ruas e calçadas do município.
Parecido com um pequeno tubo de ensaio, desde que foi desenvolvido, o porta-bitucas já foi distribuído em seis eventos. No primeiro lote, feito em parceria com empresas de Londrina, foram fabricadas duas mil unidades. ''O produto não está à venda individualmente, mas acreditamos que mais empresas devem recorrer ao porta-bitucas. Ainda mais agora com a lei, o produto será um grande aliado'', acrescenta.
Além do benefício ambiental, o presidente lembra que o acessório permite ao fumante se conscientizar ainda mais. ''Ao final do dia, a pessoa percebe quanto ela produz de lixo e qual o impacto estaria causando. Além disso, o quanto ela fuma e o próprio impacto em sua saúde.'' Ele também acredita que com a lei, a disponibilização do porta-bitucas possa virar até mesmo um projeto de lei. ''Com o tempo, os fabricantes de cigarro serão obrigados a entregar o acessório junto com o maço de cigarro.''
Seguindo o mesmo conceito, a ONG Recicleiros, de São Paulo, também criou o projeto ''Bota Bituca''. O acessório é vendido a um preço médio de R$ 5, mas há poucos pontos de comercialização na cidade. Responsáveis pela ONG, porém, pretendem em breve abrir novos pontos em outras cidades ou mesmo disponibilizar o produto pela internet (www.botabituca.wordpress.com)
Já a professora do Instituto de Artes (IDA) da Universidade de Brasília (UnB), Thérèse Hofmann, desenvolveu um projeto de reciclagem. A ideia surgiu quando um estudante de Biologia levou para a sala de aula um saco cheio de pontas de cigarro e perguntou se era possível transformar em papel. ''Resolvemos testar e deu certo.''
Segundo ela, o rendimento é de quase 100%. ''Se uma bituca pesa 0,4 gramas, ela resultará em cerca de 0,4 gramas de papel reciclado.'' O projeto já rendeu frutos. Presidiários de Tremembé (SP) transformam bitucas em papel, que é usado para confeccionar pastas, certificados, folders e outros produtos. O projeto Reciclando Papeis e Vidas é uma parceria da empresa Votorantim e associação Brasileira de Celuloso e Papel. (C.E.K. e M.T.)