Alunos da UEL (Universidade Estadual de Londrina) que têm alguma deficiência física ou intelectual, possuem altas habilidades, superdotação ou estão em tratamento de saúde contam com um apoio que pode fazer toda a diferença no desempenho acadêmico e até mesmo na permanência na universidade. O Núcleo de Acessibilidade (NAC) trabalha em conjunto com os colegiados dos cursos para identificar as necessidades especiais dos alunos de graduação e pós-graduação e assessorar o corpo docente sobre a melhor forma de assisti-los.

Ligado à Prograd (Pró-reitoria de Graduação), o NAC dispõe de uma equipe multidisciplinar que avalia cada caso e define o que a universidade deve oferecer para que o aluno tenha condições de prosseguir com os estudos apesar de suas dificuldades ou demandas específicas, no caso de superdotação ou altas habilidades. Tudo é feito a partir de um laudo entregue pelo aluno que confirme a necessidade de um suporte diferenciado.

Atualmente, cerca de 80 alunos recebem acompanhamento do núcleo, a maioria deles da graduação. O encaminhamento dos estudantes acontece de duas formas. Por indicação do colegiado ou docentes do curso ou por solicitação direta do aluno que preenche o formulário disponível no site da UEL. "A gente também manda um e-mail apresentando o núcleo para os aprovados no vestibular que fizeram as provas em sala especial", diz a psicóloga do NAC, Ingrid Ausec.

A psicóloga ressalta que para receber atendimento do núcleo o aluno deve apresentar laudo médico. Para os casos de altas habilidades ou superdotação, é solicitado o parecer pedagógico. "Não somos nós que fazemos a avaliação, que identificamos o problema. A gente vai avaliar as necessidades que essa condição demanda na academia", esclareceu. "Com o laudo, analisamos as necessidades do aluno e o que a instituição vai ter que oferecer", acrescentou a pedagoga Eliane Guimarães.

Após a identificação das necessidades específicas de cada aluno, o NAC atua juntamente com o colegiado de cada curso, assessorando o corpo docente para que o estudante receba o atendimento adequado. "O colegiado tem que conhecer os direitos dos alunos, os recursos disponíveis e se é necessário um outro equipamento. Por isso a equipe do núcleo é multidisciplinar. Cada condição demanda mais uma área do que outra", explicou Ausec.

MATERIAIS DIDÁTICOS
Além de psicóloga e pedagoga, o NAC conta também com uma bibliotecária e uma arquiteta, responsáveis por providenciar os materiais didáticos adaptados para cada aluno e por pensar em intervenções nos prédios que facilitem a acessibilidade. "Dependendo da deficiência, se é educacional, o próprio NAC capacita os docentes para que eles possam fazer as avaliações e passar o conteúdo das disciplinas", destacou a bibliotecária Dirce Missae Suzuki.

Com exceção de Ausec e Guimarães, os profissionais não são exclusivos do núcleo e desempenham suas atividades em outros departamentos da UEL. O NAC também não faz a gestão de recursos e nem executa os projetos, que ficam a cargo de outros setores da universidade. "O NAC identifica e faz as demandas para os órgãos específicos da UEL. É o lugar onde o aluno centraliza a demanda para que a gente possa acionar cada órgão competente", destacou Ausec.

"O papel que eu vejo como de bastante importância é a visão de cada membro do núcleo a respeito das necessidades, mas pela ótica da experiência de cada um", avaliou a arquiteta Angela Soares. "Na medida do possível a gente se antecipa para que a universidade seja acessível em todos os sentidos", acrescentou a coordenadora do NAC, Karen Ribeiro.

As intervenções podem ser desde a remoção de uma planta que está no meio do caminho e pode prejudicar a mobilidade de um aluno com deficiência física até projetos maiores, como a instalação de um elevador.