Ação judicial quer evitar aumento na tarifa de água
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segunda-feira, 29 de outubro de 2001
Gilmar Agassi<br> De Cascavel
O anúncio de um reajuste na tarifa de água e esgoto a partir de 1º de dezembro está causando muita discussão em Cascavel. O vereador Júlio César Leme da Silva (PMDB) adiantou ontem que está ingressando com uma ação de efeito suspensivo na Justiça para evitar que a Sanepar eleve as tarifas em 12,8%, como anunciado na semana passada.
Júlio César explica que existe uma lei municipal determinando que o preço das tarifas sob concessão do serviço público devem ser definidas pelo próprio município. Ele afirmou ainda que já oficializou a Sanepar para que lhe envie uma justificativa para esse aumento. ''Somos totalmente contrários a esse reajuste e vamos mostrar que não estamos contentes com o trabalho desenvolvido pela Sanepar em Cascavel'', diz.
O vereador, que fez parte da Comissão Especial de Investigação (CEI) que apurou os serviços prestados pela empresa no município, ressaltou que a inflação nos últimos 12 meses não chega a 7%, sendo uma ''incoerência'' reajustar a tarifa em 12,8%. ''Não se pode esquecer que para março a empresa já anunciou que haverá um novo aumento de 5,8%. Ano passado tiveram um lucro de R$ 136 milhões. Não acredito que precisem reajustar'', alega.
Sobre a justificativa da Sanepar de que o reajuste ''é indispensável para fazer frente aos investimentos necessários para manter a qualidade dos serviços e ampliar a crescente demanda'', Júlio César diz que durante o período de depoimentos à CEI, diretores da empresa prometeram melhorias, principalmente nas tubulações, mas até o momento nada foi feito. ''A população não está nada satisfeita com a qualidade da água'', reclama.
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Sanepar no Oeste e Sudoeste do Paraná, Gerti José Nunes, o dinheiro arrecadado mensalmente pela empresa vem sendo mal aplicado, sob o ponto de vista social. ''O lucro de R$ 136 milhões dá um parecer de que não é defasagem na tarifa que promove a falta de investimentos. O que é preciso é boa vontade política para aplicar o lucro nos investimentos necessários'', conclui.