Ação entre amigos sorteia bicicleta especial em memória do Palhaço Geleia

Familiares e amigos de Adriano Lúcio Huhn, conhecido carinhosamente em Londrina como Palhaço Geleia, estão promovendo o sorteio de sua bicicleta, uma MTB 29, que o acompanhou nos últimos meses.

A ideia surgiu logo após sua morte, em dezembro de 2023, ao enfrentar um câncer pela segunda vez, e a divulgação do vencedor estava prevista para acontecer nesta segunda-feira (12).

Faltando 22% da venda total de bilhetes, a premiação foi adiada para o dia 12 de março. Os números restantes, que custam R$25 cada, estão disponíveis na plataforma Rifei (https://rifei.com.br/a-magrela-do-geleia-em-prol-da-sua-familia).

O objetivo é arrecadar fundos à família que vivencia que tenta recomeçar enquanto enfrenta o luto pela perda prematura do palhaço aos 43 anos.

Considerada “uma verdadeira obra de arte sobre rodas”, a magrela foi montada por Geleia, que também trabalhava como mecânico de bicicletas, e personalizada artesanalmente pelo amigo e artista Demétrius, utilizando a técnica de filetagem. Trata-se de uma bicicleta exclusiva, com alta resistência, desempenho e performance.

“Ele sempre falava, quando internado, que não via a hora de melhorar para pedalar nela de novo, então um amigo me deu essa ideia da ação entre amigos e achei bacana, pois nos ajudará nesse recomeço e possibilitará que alguém leve essa magrela para conhecer o mundo, como ele sonhou em fazer um dia”, diz Carol Matos, viúva de Huhn.

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LEGADO COM O RISO E A BIKE

A história da bicicleta é ainda mais emocionante. Isso porque o seu quadro foi colocado à venda no início do ano passado, num momento de dificuldades financeiras da família após um acidente de carro. Lúcio Caldeira, profissional de educação física e amigo próximo, foi um dos responsáveis pela compra, na intenção de, em seguida, devolver a Huhn. Matos conta que o gesto de carinho dos amigos reunidos na causa foi bastante significativo para Geleia, que pode remontar e continuar com a bike.

Foi nesse período também, em meio ao retorno do câncer, que o artista manifestou o desejo de pedalar no Caminho da Fé, um tradicional trecho de ciclismo rumo a cidade de Aparecida (SP), inspirado no Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha. “Mesmo ele sabendo da complexidade da doença, ele estava muito confiante de que iria superar mais essa dificuldade e vencer. E aí ele externou esse desejo de fazer esse caminho, e a gente falou que acompanharia ele”, conta Caldeira.

Para Geleia, de acordo com o amigo, pedalar não era apenas uma atividade física, mas sim um modo de se conectar com as pessoas e com a natureza, podendo explorar novos horizontes e enfrentar desafios. “[Era] uma relação de aventura, uma relação prazerosa, uma relação de amigos que estavam sempre juntos ali. Era uma relação não tão de utilizar a bicicleta como uma forma de treinamento, mas de forma de lazer, de relação com as pessoas, com o ambiente, com a aventura, com essa sensação que a gente tinha fazendo os pedais nossos. E ele queria fazer isso como um desafio também, ele sempre motivava a gente, mas ele queria fazer esse Caminho da Fé. É algo que alguns amigos nossos, que estão hoje ainda podendo pedalar, tem dialogado sobre fazer esse trajeto em homenagem a ele futuramente”, compartilha Caldeira, expondo que o legado do Palhaço Geleia, da graça do riso ao amor pela bike, permanece vivo naqueles que tiveram o privilégio de conhecê-lo.

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