Imagem ilustrativa da imagem Abrigo para moradores de rua em Ibiporã é institucionalizado
| Foto: Núcleo de Comunicação Social/PMI

Ibiporã - O acolhimento de moradores de rua em Ibiporã (Região Metropolitana de Londrina), instituído em agosto de 2020 de maneira emergencial por causa da pandemia de Covid-19, será institucionalizado e funcionará em um outro espaço. “Criamos um abrigo em um ginásio de esportes em razão da Covid-19. Entretanto, a preocupação era com o que seria deles depois”, explicou Ireny Sorge, que deixou a secretaria municipal de Assistência Social em 1º de janeiro, com a troca de administração. O Executivo decidiu institucionalizar o serviço, com o próprio município assumindo a responsabilidade, já que não houve entidades interessadas no chamamento público.

O local escolhido foi uma casa dentro da estrutura do antigo IBC (Instituto Brasileiro do Café), próximo à entrada da área central da cidade. A edificação foi reformada e organizada, tendo capacidade para receber 25 pessoas, estando em funcionamento há cerca de dois meses. Atualmente são 23 moradores. “Temos o fluxo, que são aqueles que passam pela cidade. Não deixamos de atender. Neste perfil foram 67 pessoas atendidas. Uma conseguiu sair da situação de rua e voltou para a família”, destacou.

O trabalho junto aos moradores é na valorização da vida, com o suporte de psicólogos, tratamento de saúde e realização de atividades durante o dia, com a colaboração de instituições religiosas. “O papel do poder público é olhar por essas pessoas, que a maioria não enxerga. Vê que está perto, mas não faz nada. Não precisam só de alimento, mas de apoio, valorização humana.”

Nove funcionários prestam serviços na casa, que foi denominada de condomínio pelos residentes. As alas femininas e masculinas são separadas e as tarefas divididas. Nove estão trabalhando fora, retornando durante a noite. “Os empresários viram que é uma mão de obra que pode qualificar. Com isso, os moradores percebem que pode ter qualidade de vida e existe opção fora das ruas. O que falta é alguém para dar as mãos”, refletiu. O projeto recebeu o nome de Mãos que Acolhem.

Por meio de uma parceria com o governo do Estado a prefeitura consegue recursos para manter a iniciativa, que tem contrapartida. Entre as ideias futuras está a criação de uma horta comunitária para cuidarem. A convivência tem regras, porém, ninguém é obrigado a ir, quando abordado pela equipe, ou permanecer no espaço. “Tem que ser por livre e espontânea vontade. O abrigo não é uma prisão, mas um lar e entendem isso. Vão e voltam sem problema”, apontou uma das responsáveis por implantar o programa.

O Núcleo da Comunicação da Prefeitura de Ibiporã informou que gestão municipal que tomou posse na última sexta-feira (1º) dará continuidade ao projeto. O novo secretário de Assistência Social é o pastor e advogado José Vilande.