O empresário Luiz Abi Antoun deixou a PEL I (Penitenciária Estadual de Londrina) no início da madrugada deste sábado (15), onde estava preso preventivamente desde terça-feira (11), quando houve a deflagração da Operação Rádio Patrulha, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de Curitiba. A investigação do MP (Ministério Público) apura direcionamento de licitação de adequações em estradas e máquinas rurais para beneficiar empresários.

Antoun foi um dos beneficiados pela decisão do ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que concedeu habeas corpus ao ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), na noite de sexta-feira (14) e também um salvo conduto a Richa e demais investigados na Rádio Patrulha em relação a qualquer determinação de prisão preventiva [quando não há prazo para liberação] .

A decisão de Mendes ocorreu no início da noite, pouco tempo depois de o juiz Fernando Bardelli Silva Fischer, da 13ª Vara Criminal de Curitiba, converter em preventiva a prisão temporária do ex-governador e mais nove dos 15 detidos.

Primo do ex-governador, Antoun saiu da PEL I por volta da 0h15, e foi deixado em casa pelo advogado, Anderson Mariano. "O juiz decretou uma preventiva absurda, pois o Abi não tem contato com os investigados há quatro anos. Era uma prisão temerária, que o juiz acatou em uma hora, mal fundamentada", afirma. "Ainda bem que temos juízes como Gilmar Mendes que fazem cumprir o que está na constituição".

Ainda segundo o advogado, a empresa planeja reaver tudo o que foi apreendido pelo Gaeco na empresa de Antoun, Alumpar Alumínios. Foram apreendidos R$ 370.558,00 em espécie além de US$ 2.700, 80 euros, celulares, documentos e computadores da residência do empresário e da Alumpar. "Foi levada uma série de documentação que não tem nada a ver com a investigação, coisas pessoais, da mulher dele. Vamos pleitear tudo", diz.