Aberta licitação para construção de sede do Samu
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terça-feira, 12 de fevereiro de 2019
Pedro Marconi<br>Reportagem Local
Pouco mais de cinco anos depois do município anunciar que iria construir uma nova sede para o Samu de Londrina, a licitação foi finalmente lançada. O edital para contratação de empresa terceirizada foi publicado no portal da prefeitura na segunda-feira (11). O valor máximo para a obra é de cerca de R$ 4,7 milhões, sendo que deste montante R$ 200 mil é contrapartida do município. A previsão da conclusão dos trabalhos é de até 12 meses após assinada ordem de serviço.
O prédio será levantado na avenida Dez de Dezembro, entre as ruas Potiguares e Amadeu Mortari, ao lado do Terminal Rodoviário. No local funcionava um posto de combustíveis, desativado em 2011, com o terreno sendo reintegrado ao município. De acordo com a secretaria municipal de Gestão Pública, em 18 de março serão abertos os envelopes de documentos. Em seguida é encaminhado para secretaria de Obras, que verifica e divulga resultado, abrindo cinco dias para recurso e o mesmo prazo para contrarrazão e estudo da comissão de licitação.
Somente ao seguir este processo que podem ser abertos os segundos envelopes, estes com as propostas, quando é percorrido o mesmo rito, mas com o acréscimo de mais cinco dias para decisão final do secretário de Gestão. "Pelo valor e modalidade da licitação é necessário deixar o edital com publicidade de 30 dias para os interessados. Somente depois disto é que podemos proceder com o certame. Esperamos dar a ordem de serviço ainda neste primeiro semestre de 2019", projetou Felippe Machado, secretário de Saúde da cidade. O processo licitatório ocorre na modalidade concorrência pública tipo menor preço.
ESTRUTURA
A futura sede do Samu terá três andares e heliponto, que ficará na área de trás do terreno. No térreo serão instalados o setor de recepção e estacionamento, no primeiro andar regulação de leitos e dormitórios, no segundo gerências e coordenações, e no terceiro pavimento sala de treinamentos e almoxarifado, entre outras repartições. "Foi um terreno estrategicamente escolhido, pois além de ser próximo à rodoviária, o local é de fácil acesso para todas as regiões da cidade", apontou. Nos últimos anos, com o estado de abandono, o espaço se transformou em moradia para andarilhos e ponto de venda de redes. "A construção vai acabar revitalizando toda aquela região, que também serve de mocó para usuários de drogas", reconheceu.
Atualmente, o serviço de atendimento móvel funciona em duas estruturas diferentes. O setor de regulação está instalado em prédio adaptado na rua Maranhão, região central. Já a garagem das ambulâncias fica na rua Dib Libos, zona leste. "A nova sede vai permitir reunirmos as estruturas do Samu. Isto qualificará o processo de trabalho e dará mais agilidade", elencou Machado. O Samu de Londrina atende 27 cidades que compõem a 17ª Divisão Regional de Saúde do Paraná.
LAUDO AMBIENTAL
Apesar da abertura do processo licitatório, a secretaria de Saúde terá que comprovar que não há risco de contaminação de solo no local, em razão do posto de combustíveis que funcionava na área. O MP-PR (Ministério Público do Paraná) recomendou à prefeitura no final do ano passado para não iniciar a construção enquanto não houver a certificação. A promotoria de Proteção do Meio Ambiente tomou como base para decisão parecer do IAP (Instituto Ambiental do Paraná), que afirmou que análises indicaram presença de hidrocarbonetos no solo e nas águas subterrâneas.
A Petrobras, que mantinha o estabelecimento no terreno, chegou a fazer um laudo ambiental, entretanto o IAP pediu um estudo mais detalhado. "Pedimos para nossos técnicos que adotassem as medidas de remediação e posteriormente, com o laudo final, vamos fazer o que mais for preciso. O trabalho vem sendo realizando de forma concomitante com a licitação para não perder tempo. Acreditamos que até o final do processo esteja tudo certo."
DEMORA
Durante inauguração da farmácia da 17ª Regional de Saúde, em julho de 2018, o então secretário estadual de Saúde, Antônio Carlos Nardi, disse que o dinheiro para a construção da sede do Samu seria liberado naquele período. Felippe Machado justificou a demora para lançar o edital pela assinatura do convênio com o governo, que na verdade aconteceu somente no final do ano.