Um espaço para chamar de seu
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terça-feira, 02 de outubro de 2012
Do ponto de vista pedagógico é de suma importância que a residência seja adapatada, respeitando as necessidades da criança. A casa, como um todo, deve provocar a brincadeira. O brincar é a linguagem da criança, a forma como ela se apropria dos elementos que a rodeiam e se comunica com eles. Temos que garantir esse direito, defende a pedagoga Carolina de Souza Matos, especialista em educação infantil e artes visuais.
Se possível, segundo ela, a casa poderia ter um espaço individual para a criança chamar de seu. Um local próprio para ela brincar, guardar coleções, expor emoções, observa a pedagoga. O ambiente, como destaca, pode ser enriquecido com elementos pedagógicos, como deixar à disposição livros de diferentes texturas, temáticas e poéticas, além de brinquedos de estímulos variados e itens de arte, como tinta, giz de cera, papéis, cola, entre outros, orienta.
Materiais do cotidiano, como garrafas de plástico, tampinhas de refrigerante, recipiente de iogurte e caixas de tamanhos variados, podem ficar à disposição. Tudo isso estimula a criação espontânea, a imaginação e a dramatização, sugere.
A pedagoga lembra que excesso de brinquedo não significa muita diversão ou brincadeira. Muito além dos carrinhos e bonecas, a criança precisa aprender a brincar, a ter contato com o outro, a interagir, alerta.
No caso de residências que não contam com um cômodo específico para brinquedos, uma saída é usar o quarto da criança para esse fim. Pode ser um espaço polivalente e múltiplo, destaca Carolina, que não considera apropriado deixar televisão no quarto da criança ou em sua sala de brinquedos. Sugiro menos televisão e mais brincadeira e afetividade com a família. Os pais devem se dedicar aos filhos, reservar um tempo para se envolver e brincar com eles. É importante resgatar a criança que existe dentro de cada um de nós, ressalta.
Os adultos devem ter paciência, pois não tem jeito: onde há criança existe bagunça. A pedagoga pondera, no entanto, que é preciso estipular algumas regras. É de extrema importância, por exemplo, que desde bem pequena a criança seja responsável pelos seus pertences, aprenda a cuidar do que é seu e a guardar os seus brinquedos, cita.
No que diz respeito à preocupação de muitos pais de retirar boa parte da decoração e dos enfeites da casa, a fim de evitar que a criança estrague ou se machuque, a pedagoga esclarece que é interessante retirar os objetos que oferecem risco de acidentes até a criança aprender onde pode ou não mexer. Mas, de acordo com ela, o que não oferece risco deve permanecer em seu devido lugar. A família tem de deixar claro que aqueles objetos não são brinquedos e que não devem ser mexidos, salienta. (P.C.B.)