Estilo fortemente usado no mundo todo, o contemporâneo está muito presente na arquitetura e também na decoração. Com linhas sóbrias e mais frias, os espaços projetados nessa versão ganham ainda mais sofisticação e elegância quando misturado com o estilo clássico, rico em detalhes e atemporalidade.
''A decoração, assim como toda manifestação artística reflete vários fatores determinantes, ao longo da história, que a influenciam. Há algum tempo, assim como na moda, a decoração seguia tendências rígidas e marcadas por períodos históricos, como por exemplo, o modernismo e posteriormente o pós-modernismo, são fases distintas que se percebe bem as influências e referências usadas em cada momento. Atualmente existe um ecletismo saudável que torna a decoração e a arquitetura, assim como as demais formas de arte, permissível ao uso de vários estilos e não somente ao que está em voga ou comumente dito, na moda. Claro que existem tendências de materiais e cores, que por meio da tecnologia nos trazem um leque de opções cada vez maior'', explica a arquiteta Juliana Mussi, do Juliana Mussi Arquitetura e Interiores.
A mistura do estilo contemporâneo com o clássico pode ser usada em todos os cômodos da casa, desde que o morador se identifique com essa mescla. Conforme explica a arquiteta Ana Paula Brunetto, da A&R Oficina de Projetos e Design, na hora de optar por este tipo de decoração é preciso ter bom-senso, o que inclui escolher um dos estilos como base e o outro para dar toques de modernidade.
''O estilo clássico é atemporal, peças antigas geralmente carregam com si uma história, uma lembrança, mas o exagero na hora de utilizá-las pode deixar os ambientes pesados e carregados, sendo que essas peças costumam ter cores mais escuras ou tons amadeirados. Uma boa opção também é transformar móveis ou objetos clássicos, como uma cadeira Luís XV, em algo mais moderno, trocando seu estofamento por um tecido mais alegre e colorido'', completa Ana Paula.
Já o estilo contemporâneo, que representa o presente, o atual, as novas tecnologias e materiais colocados à disposição de nossos anseios, ainda segundo Ana Paula, requer cautela.
''O cuidado, neste caso, deve ser quanto a frieza das formas, o minimalismo extremo, que podem transformar o ambiente num espaço frio e pouco aconchegante''.
Juliana Mussi também atenta para outros cuidados na hora de mesclar o velho e o novo. ''A relação da proporção de dimensão entre móveis e ambientes e observar a iluminação natural e artificial para saber dosar as cores dos móveis e objetos, cuidando para não escurecer ou clarear demais o espaço, pois pode torná-lo desconfortável''.
O objetivo da mistura é sempre trazer ao final da proposta um espaço harmônico e que se destaque de espaços comuns, sempre valorizando o personalidade do cliente. Há bons exemplos dessa mistura que resultam em lindos ambientes.
''Usar uma mesa de jantar com linhas retas e modernas combinada com cadeiras em estilo clássico, ou, o contrário, uma mesa rebuscada e clássica combinada com cadeiras de acrílico. Lustres e luminárias são bons truques na hora de decorar. Poltronas antigas com luminária moderna costumam dar um efeito bem interessante. Tapetes, almofadas e objetos são coringas nessa mescla dos dois estilos'', ensina Ana Paula.
E se na hora de repaginar o ambiente pintar aquele medo de ousar, a dica da arquiteta Juliana é experimentar, provar móveis, mudá-los de lugar, até que se tornem harmônicos ao olhar.
Uma combinação cada vez mais em alta, clássico e contemporâneo formam um belo casamento. ''Hoje, devido ao acesso a um grande número de informações e imagens, as pessoas têm mais opções para escolher o que querem gostar, portanto, depende da particularidade de cada cliente e do estilo de cada arquiteto e design'', resume Juliana Mussi.


Fotos: Saulo Ohara, Marcos Zanutto e Divulgação

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