Até algum tempo, o uso da cor na decoração era restrito aos acessórios. No máximo permitia-se um sofá ou poltrona um pouco mais colorido. Na cozinha ela até imperava, com fogões e geladeiras vermelhos, azuis e amarelos e também nos armários com fórmica de cores variadas.

Agora, as cores se espalharam pela casa e não raro é possível admirar mesas de centro, cristaleiras e mesas de jantar laranjas, vermelhas, amarelas, verdes ou azuis.

A arquiteta Mariana Stockler, de Curitiba, explica que as cores podem ser usadas nos móveis, paredes e também nos acessórios. "Costumo trabalhar com cores em algumas peças, como o mobiliário fixo e a base mais neutra, para não enjoar. A cor pode ser colocada em papel de parede, nas almofadas. Mas depende de cada cliente, já tivemos quem quis fazer tudo colorido e fizemos. Um cliente, por exemplo, pediu para usarmos amarelo e roxo na decoração e o resultado ficou excelente", conta.

Segundo ela, a laca em cor e alto brilho é uma tendência e por suas características acaba chamando bastante a atenção, por isso é importante saber como combinar. "A peça colorida se torna o foco de atenção. Mas se já tem algo que chame a atenção, é melhor não colocar outra perto. Não existe uma regra de que não pode haver mais de uma peça colorida no ambiente", destaca.

Para quem é adepto de ambientes com cores mais neutras e suaves, Mariana recomenda cautela ao inserir peças mais chamativas. "Em ambientes claros fica legal peças coloridas. Mas para quem não está acostumado eu recomendo comprar algumas peças de decoração e ir colocando no espaço. Se gostar e acostumar pode comprar uma poltrona ou um aparador. Mas as peças pequenas podem ser trocadas com mais facilidade. Isso já muda a cara do ambiente e é possível deixar só esses objetos menores."

A designer Daniela Ferro, da Asa Design, de Curitiba, também acredita que os acessórios são mais fáceis de substituir e portanto são uma boa solução, principalmente para quem não tem muita experiência, mas destaca que o móvel colorido tem mais impacto. "É muito mais interessante quando trazemos um móvel colorido, criamos um foco de atenção no ambiente. Quem não tem muita prática pode compor com tons neutros na maior parte do ambiente e somente uma cor mais forte em um móvel escolhido", recomenda.

Para ela, as cores são mais do que tendência. "A cor é a emoção do ambiente, o tempero na decoração. A utilização em móveis é uma possibilidade mais explorada ultimamente, pois não se pensa mais em algo para durar a vida toda", pontua.

Mesmo ambientes pequenos, segundo Daniela, comportam móveis coloridos, embora exijam mais criatividade, mas a cor é uma boa ferramenta para ampliar e valorizar espaços.

A recomendação entretanto, é usar sem exagero. "Tudo é informação, cor, textura, forma, estampa. Pode ficar cansativo. Recomendo escolher uma peça colorida de destaque para o ambiente, eleger qual será esta cor e buscar tons mais neutros para compor o restante do espaço."

Paredes
Já usada há bastante tempo, as paredes coloridas também pedem atenção. Mariana lembra que as cores influenciam as pessoas e alteram a percepção do ambiente, mas podem ser usadas mesmo em ambientes pequenos. "Cores escuras tendem a dar sensação de ambiente mais aconchegante, mas pode dar também a impressão de ser menor. Se o projeto for adequado, fica legal, fica aconchegante. As cores mais frias, como azul, verde e violeta tranquilizam e são ideais para ambientes para relaxamento. Cores mais quentes como vermelho, laranja e amarelo são melhores para refeição e ambientes de trabalho."

Ela destaca que os ambientes infantis podem ser trabalhados com mais cores e os ambientes comerciais, também de acordo com o logo da empresa, por exemplo. Já quartos e sala a recomendação é que sejam mais neutros.

Daniela pontua que enquanto a cor aplicada nas paredes pode mudar a percepção do tamanho do espaço, com o móvel isso não acontece. "É claro que deve ser aplicada em uma peça pequena se o espaço é pequeno, independentemente da tonalidade. Acredito que para quem gosta de algo mais alegre e tem pouco espaço é uma ótima opção o uso de cores nos móveis, pois traz o tempero para a decoração sem sobrecarregar."

Para quem deseja colorir móveis e paredes, Mariana alerta que é possível, desde que bem estudado. "Cada caso é um caso, depende do projeto."

Daniela recomenda que nesses casos seja eleito um destaque na decoração, como uma parede e um móvel em dois tons que se harmonizem. "Pensamos qual a emoção, sensação que queremos para este espaço e buscamos a cor que comunica isto."

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| Foto: Fotos: Diego Pisante e Divulgação
As arquitetas Mariana Stockler e Carolina Posanske aceitaram o desafio proposto por um cliente pelo uso do roxo e do amarelo na decoração, aplicando-os em peças e acessórios da residência: "O resultado fico excelente", resumem
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No ambiente montado pelas arquitetas Mariana Stockler e Carolina Posanske para as áreas comuns de um edifício residencial, a brinquedoteca ganha vida com o piso amarelo. Brinquedos, tapete e piscina de bolinhas coloridas completam o visual infantil
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Agora, as cores estão espalhadas pela casa em várias peças e tons, como esta mesa de jantar laranja, da Domum Collections
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A ousadia das cores pode entrar na casa em peças pequenas, como o móvel de apoio e o revisteiro borboleta da Plano B
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Aqui o aparador da Plano B Mobiliário, tem o tom natural da madeira "aquecido" pelo laranja e o vermelho, numa harmônica e bela composição
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O móvel colorido, orienta a designer Daniela Ferro, é opção para se criar um foco de atenção no ambiente
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Outra dica da designer Daniela Ferro, é iniciar a aposta nas cores por meio dos acessórios são mais fáceis de substituir