Agência Estado
Apesar do aumento da alíquota de importação de 23% para 35% no início do ano, as vendas de veículos importados pelas filiadas à Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva) apresentaram crescimento de 60,3% no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período de 1999.
De janeiro a março, foram comercializadas no atacado (das importadoras para as lojas) 12,1 mil unidades ante 7,5 mil veículos em 1999. As vendas de março totalizaram 4,2 mil unidades, uma queda de 1% na comparação com fevereiro (4,3 mil veículos). Em relação ao mesmo mês de 1999, entretanto, os importadores registraram aumento de 58,4% nas vendas.
Para o presidente da Abeiva, José Luiz Gandini, o bom resultado do trimestre demonstra que os carros estrangeiros estão mais competitivos em relação aos nacionais, que vêm apresentando constantes aumentos de preços em reais. A Abeiva projeta vendas em torno de 50 mil unidades este ano.
O resultado positivo registrado pela Abeiva, entidade que reúne marcas que não possuem fábricas no Brasil, não foi observado nas importações das empresas filiadas à Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). As vendas de veículos importados pelas montadoras apresentaram queda de 35% no trimestre, passando de 41,4 mil unidades comercializadas entre janeiro e março de 99 para 26,5 mil unidades no primeiro trimestre deste ano.
De acordo com a Abeiva, a Peugeot foi a marca mais vendida em março, com 1,4 mil veículos comercializados. A segunda posição no ranking de vendas ficou com a Kia Motors, com 1,1 mil unidades. O modelo mais vendido em março foi o Peugeot 206 (899 unidades), seguido pelo Citroën Xisara (514 veículos).
No trimestre, a primeira posição também ficou com a Peugeot, com pouco mais de 4 mil unidades, seguida pela Kia Motors, com 3,4 mil carros. Por modelo, a Besta foi o veículo mais vendido nos primeiros três meses do ano (1,9 mil unidades).
O presidente da Abeiva disse que não há previsão para reajustes nos preços dos carros importados no curto prazo. Segundo Gandini, os aumentos, esperados para abril, não devem ocorrer por enquanto, em razão da queda na cotação do dólar frente ao real. ‘‘Não houve necessidade de reajuste, uma vez que estamos trabalhando com o dólar em R$ 1,73’’, afirmou.
De acordo com ele, o aumento da alíquota de importação de 23% para 35% em 1.º de janeiro acarretou uma elevação de aproximadamente 7% nos custos das importadoras. ‘‘Essa alta foi compensada, de certa forma, pela queda de cerca de 5% na cotação do dólar’’, observou. ‘‘Se o dólar voltar a bater na casa dos R$ 1,80, certamente teremos aumentos’’, disse.