Colecionador de um carro só. Assim o empresário Oswaldo Pitol se define. Mas em se tratando do veículo em questão, um Studebaker Erskine Six 1930, podemos chamá-lo de colecionador de uma raridade. Em todo o mundo, existem apenas seis desse modelo rodando, sendo quatro nos Estados Unidos, um no Uruguai e o de Pitol, aqui, em Londrina. O empresário se assegurou dessas informações quando iniciou o processo de importação e descobriu que não havia registros da entrada de outro Erskine cupê no Brasil. A localização dos outros "irmãos" foi passada pelo Clube Studebaker dos Estados Unidos.
A relação de Pitol com veículos começou desde a infância, acompanhando o trabalho do pai, que era mecânico. "No final de semana ele reformava carros em casa; com quatro, cinco anos eu já tentava ajudá-lo", relembra o empresário. Embora não tenha dedicado sua vida profissional à área, Pitol manteve a paixão por mecânica ao longo dos anos, com especial admiração por carros produzidos antes da Segunda Guerra Mundial.
Legítimo representante desta época, o Erskine caiu como uma luva no gosto do empresário, que não se assusta com a dificuldade em encontrar peças e fazer a manutenção da raridade de 2,5 toneladas. Pitol diz se encantar com a tecnologia presente em um veículo produzido antes mesmo de seu nascimento. "Se você considerar um carro desses em 1930, era muita tecnologia; ele tem carburador, que existia até recentemente, radiador, cilindros, o princípio é o mesmo (dos carros de hoje)", afirma.
O primeiro encontro entre o colecionador e o Erskine aconteceu pela televisão. O exemplar foi vendido em um leilão nos Estados Unidos, onde o mercado de carros antigos é forte, e foi parar em uma loja de Miami. "Eu fui até lá e fechei negócio; chegando no Brasil comecei a providenciar a documentação de importação", relata Pitol.
Com placa preta devido aos 95% de originalidade, o luxuoso veículo verde e preto tem rodas de madeira, luz sinalizadora de freio – com a charmosa inscrição "stop" - e câmbio de três marchas. O motor de baixa rotação é 2.0 de seis cilindros e entrega 60 cv de potência, em média.
Segundo Pitol, o Erskine anda bem até 90 km/h, quando perde a estabilidade, deixando de ser seguro. Mesmo porque, veículos desta época não contam com equipamentos como cinto de segurança. Outra dificuldade é a troca de marchas. Pitol diz que a redução da segunda para a primeira velocidade é praticamente impossível.
Tivemos a oportunidade de dar uma volta como carona no veículo e o conforto do banco inteiriço foi, de longe, o que mais nos impressionou. Obviamente, o Studebaker não passou intacto pelos mais de 80 anos de história, por isso, o revestimento interno em couro preto e verde é uma das poucas partes não originais. Enquanto isso, os marcadores de velocidade e combustível funcionam normalmente. "De vez em quando vou trabalhar com ele e é uma atração no trânsito, muita gente fica curiosa", conta Pitol.

Uma raridade em solo londrinense
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Importação
O processo de importação do Erskine foi demorado e aumentou em mais de 50% o valor original do veículo, comprado por U$S 25 mil. "Entre comprar e chegar no Brasil demorou 120 dias. Ele desembarcou no Porto de Itajaí, em Santa Catarina, depois foi para Curitiba e ficou esperando liberação", detalha Pitol.
Como nunca tinha entrado um modelo como este no Brasil, seria necessário passar por uma série de vistorias, que foram dispensadas devido aos mais de 30 anos de fabricação. Além da burocracia, Pitol já enfrentou a dificuldade em encontrar peças quando a maçaneta direita do veículo quebrou. "Tive que mandar fazer uma idêntica em um torneiro mecânico", diz. Mas esses episódios não desanimam o colecionador. "Eu gosto de olhar para ele", finaliza.

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