Utilitário tem capacidade para rodar em qualquer terreno ao selecionar a tração adequada: automático, neve, areia, lama e pedra
Utilitário tem capacidade para rodar em qualquer terreno ao selecionar a tração adequada: automático, neve, areia, lama e pedra


A Jeep é tradicional na fabricação de veículos off-road e leva seu DNA para o primeiro SUV médio da marca, o Renegade. Dotado de estilo, o utilitário chama atenção por onde passa e garante ter conforto e potência suficientes para rodar em qualquer terreno. Características que o tornaram o segundo maior do segmento em emplacamento acumulado até junho de 2016 ficando atrás apenas do concorrente Honda HR-V, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

De acordo com o consultor de vendas da Jeep Marajó em Londrina, Feres Olabi, o Renegade tem o perfil ideológico da marca. "Com os carros da Jeep você vai para qualquer terreno, não vai ficar limitado só no ambiente urbano, você pode transitar por outros ambientes. Essa é uma característica que a Jeep tem", assegura. A reportagem da FOLHA pegou a versão topo de linha da gama - a TrailHawk, com motor 2.0, turbodiesel, câmbio automático de nove velocidades, tração 4x4 - e acelerou em diferentes cenários: urbano, rodovia e estrada rural, somando 70 quilômetros total de trajeto. O teste foi durante o dia e o sol deu o clima certo para a aventura.

Fora do carro não há dúvidas de que o Renegade veio para fazer diferença. Seu design mais quadrado e robusto representa a agressividade necessária para rodar nos terrenos mais difíceis enquanto os detalhes ficam responsáveis em apresentar um veículo da cidade, mais confortável e moderno. Nós nos destacamos pelas ruas de Londrina com o laranja aurora pintando a cidade. Além dessa, o Renagade veio nas sólidas vermelho colorado, verde commando, branco ambiente e preto shadow e nas metálicas prata melfi e preto carbon.

My Sky

Impossível negar que o Renegade puxou e muito ao irmão Wrangler. A grade frontal do Jeep tem sete divisões cromadas e acompanhada dos ganchos para reboque (dois na parte frontal e um na traseira) carrega as impressões de um verdadeiro Jeep. Outros elementos reforçam essa ideia, como as lanternas traseiras quadradas com um X interno, os faróis bixenon e as rodas de 17" em alumínio e pneus 215/60. Para os amantes da natureza que desejam admirar o céu com mais conforto, são oferecidos dois tipos de tetos solares: My Sky, com painéis duplos removíveis, e o Command View, com duas placas de vidro, de abertura total ou parcial. Os dois são opcionais e nós não tivemos a sorte de desfrutar de um desses no teste.

O SUV oferece vários itens, como sensor de estacionamento e câmeras de ré, um display de 7" com informações sobre o veículo e trajeto, ar condicionado de duas zonas e sistema de som com oito alto fala
O SUV oferece vários itens, como sensor de estacionamento e câmeras de ré, um display de 7" com informações sobre o veículo e trajeto, ar condicionado de duas zonas e sistema de som com oito alto fala | Foto: Fotos: Divulgação



Com as chaves na mão foi possível ver o que o Renegade guarda na interna. Bancos de couro em formato anatômico e detalhes que remetem a esportes radicais, como a alça frontal para o passageiro informando que talvez ele precise de um apoio extra em passeios mais agitados. Os toques anodizados em cor se destacam e as inscrições "Since 1941" no painel relembram fazer parte de longa história. O volante carrega os comandos de áudio e voz integrados ao sistema multifuncional com tela de 5", que pode chegar até a 6.5" no pacote opcional.

Também observamos a tecnologia. O Renegade oferece vários itens, como sensor de estacionamento e câmeras de ré, um display de 7" com informações sobre o veículo e trajeto, ar condicionado de duas zonas, freio de estacionamento eletrônico, entradas de USB, P2, tomada de 127V, GPS e potente sistema de som com oito alto falantes. Apesar de todos os itens, sentimos falta de ajuste elétrico do banco do motorista e do sistema start/stop, que desliga o carro quando algum tempo parado e que ajuda na economia do combustível. Também percebemos que a resposta no ajuste dos retrovisores é lenta, além disso, o rebatimento elétrico só é oferecido no pacote opcional de tecnologia.

O aventureiro responsável
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Cidade e estrada

Rodando pela cidade foi fácil sentir o SUV como um utilitário urbano. Ele sabe desenvolver bem essa personalidade, enfrentou o trânsito com malemolência e o sistema acusou fazer 11,3 km/l. O Renegade também consegue disfarçar a pista desnivelada, o balanço é suave e o barulho… Que barulho? Na cabine só o ronco leve do motor. As vibrações nos pedais também foram leves e percebemos que o utilitário ignora buracos e lombadas com classe.

Na estrada, a potência do motor se fez presente. São 170cv e 35,7 kgfm de torque para pegar velocidade até mesmo nas grandes subidas. A direção elétrica, suave no ambiente urbano, fica mais firme na rodovia ao atingir velocidade, o que colaborou na dirigibilidade e estabilidade. Nas curvas, o sistema de direção com torque ativo exerce força na direção contrária para que o volante fique mais pesado e ajude o motorista a segurar o veículo. Nas retomadas, o Renegade respondeu rápido com a troca de marcha trabalhando de maneira suave.

Com o tempo seco, o SUV levantou poeira ao entrar na estrada de terra. Nessa parte, ficou confirmado estarmos a bordo de um Jeep. A 50 km/h, enfrentando pedra, poeira e buraco, o Renegade não se sentiu desafiado, obviamente é o habitat dele. Pouco balanço, pouco barulho, passou direto pela estrada. Com o selo "Trail Rated" da Jeep, o que quer dizer que ele está preparado de verdade para pistas off-road, o SUV tem capacidade para rodar em qualquer terreno ao selecionar a tração adequada: automático, neve, areia, lama e pedra. Nesse momento lembramos o que o Olabi disse: "O Renegade não é um hatch que levantou, ele tem o perfil ideológico da Jeep".

Suspensão e freios

A qualidade de tração se dá pelo sistema de suspensão independente nas quatro rodas do tipo McPherson, com 17cm de articulação na dianteira e 20,5cm na traseira, que possui molas helicoidais. Uma parada para observarmos melhor o carro já sujo da poeira vermelha, abrimos o porta-malas e, apesar da facilidade de encaixe e ganchos para fixação da bagagem, para um SUV de tanta potência off-road, o porta-malas não faz jus ao espírito aventureiro. A capacidade é de apenas 260 litros, mas os bancos traseiros são rebatíveis, o que faz aumentar o espaço.

No caminho de volta testamos os freios, os quatro a disco com ABS, e a resposta foi satisfatória. O SUV também dispõe de controle eletrônico de estabilidade, assistência para partidas na subida, controle eletrônico de velocidade em descidas íngremes e vem com dois airbags dianteiros de série, mas podem ser acrescentados mais cinco no pacote opcional de segurança.

Teste finalizado, compreendemos a razão de o Jeep Renegade não ter um perfil segmentado de compradores. "Atendemos clientes de várias faixas, aqui vem o jovem adulto, de 30 a 40 anos, com a formação da família em construção. E o público depois dos 40, 50 anos, já com os filhos crescidos", afirma Olabi. Com qualidades para rodar na cidade e competência off-road, não dá mesmo para se fechar, o que vale é ter o espírito aventureiro rodando nas veias e conduzir abusando do conforto e segurança que o Renegade oferece.